FÉRIAS
Os prós e os
contras das lições de férias em julho
O que é melhor para os alunos nas
férias de julho? Atividades para não interromper a aprendizagem ou o puro
descanso?
21/06/2012
11:10
Texto Camilo Gomide
Texto Camilo Gomide
O ideal é que as
lições de férias não sejam chatas, extensas e cansativas
As férias de julho chegaram. É hora daquela parada
preciosa para recarregar a bateria e recomeçar em agosto com energia total,
certo? Nem sempre. Para algumas escolas, as férias de julho estão incluídas no
andamento do ano letivo e, por isso, a aprendizagem não deve ser interrompida.
Para essas escolas, uma parada total no mês de julho quebraria o ritmo de
estudo e atrapalharia o rendimento dos alunos. Por isso, elas propõem alguns
trabalhos, pesquisas e deveres. Mas a pergunta que fica é: dá para conciliar as
atividades e o descanso? Essas e outras questões são respondidas nos itens
abaixo.Os professores e os pais que quiserem mandar sugestões de atividades interessantes para fazer nas férias podem escrever para o educarparacrescer@abril.com.br
As férias
de julho surgiram como uma questão trabalhista. É neste mês que os professores
tiram os 30 dias de descanso a que todos os profissionais brasileiros têm
direito, garantidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).
Inicialmente, esse recesso acontecia em junho, mas desde a primeira versão da
LDB, de 1961, o período foi transferido para o mês seguinte. Em janeiro, os
alunos também têm férias, mas os professores passam (ou deveriam passar) o mês
fazendo o planejamento do ano letivo que vai começar. "O profissional não
pode fazer o planejamento das aulas, organizar seu trabalho e fazer cursos ao
mesmo tempo em que dá aulas", diz Maria Ângela Barbato Carneiro,
professora da faculdade de Educação da PUC-SP
"Em
razão de uma agenda cada vez mais cheia, os alunos estão cada vez mais
estressados. Esse distanciamento da escola é muito importante para ajudar aos
alunos a refletir melhor", diz Renata Americano, coordenadora geral do
Ensino Fundamental da Escola Viva. A parada no meio do ano, portanto, serve pra
aliviar a cabeça do aluno e contribui para o aprendizado
Para
algumas escolas, as tarefas nesse período têm a finalidade de aquecer os
estudantes para o retorno às aulas. Dessa maneira, eles voltam mais ligados no
assunto e não perdem o fio da meada. As lições de férias na Escola
Castanheiras, na cidade de São Paulo, por exemplo, servem pra que os alunos não
se desconectem do conteúdo visto em junho. Como o planejamento da escola é
trimestral, o segundo trimestre, que vai de maio a agosto, é interrompido.
"Assim o aluno não se esquece daquilo que ele está estudando nesse hiato
de 30 dias", diz Debora Vaz, diretora pedagógica da escola. A Escola Viva,
também de São Paulo, tem uma visão diferente. Ali, o importante mesmo é o
descanso e a parada em julho não compromete o aprendizado dos alunos.
"Eles não perdem o fio da meada, principalmente se o assunto for do
interesse deles. Quando eles voltam, passam por um período de retomada dos
assuntos que não é grande", diz a coordenadora Renata Americano
Em
janeiro nunca ocorrem, já que é feita a troca de ano letivo. E o conteúdo muda
completamente. Além de os professores mudarem, é claro. "Não faz muito
sentido passar lições em janeiro, já que não tem conteúdo novo", diz
Renata Americano, coordenadora geral do Ensino Fundamental I da Escola Viva
O ideal é
que essas tarefas não sejam chatas, extensas e cansativas. Podem, inclusive,
ser bastante divertidas e não atrapalhar o descanso da garotada. Marcos Akiau,
professor de ciências e laboratório da Escola Morumbi e do Colégio Rio Branco,
em São Paulo, procura elaborar tarefas que despertem o interesse de seus
alunos. "Não é sempre que passo atividades de férias para meus alunos.
Quando decido fazê-lo, procuro desenvolver algum projeto que preencha alguns
quesitos: a) Ser interessante ao aluno b) Dar aos alunos algum tipo de
"prazer em fazer" c) Ser diferenciado das lições convencionais d)
Estar ligado aos conteúdos programáticos e) Ter utilidade futura" Com isso
o professor Marcão, como é chamado, garante que seus alunos se empolgam com os
trabalhos de férias. "Assim como eu", completa
As lições
de férias não devem sobrecarregar o aluno e atrapalhar seu descanso. A Escola
Castanheiras, por exemplo, que sempre passa tarefas nas férias de julho,
procura dosar a quantidade de exercícios. "Os trabalhos devem tomar apenas
um dia das férias. Ou, se o aluno preferir, pode se dedicar à uma hora e meia
por dia durante uma semana. É muito importante que as férias sejam de lazer e
ócio. Esse resgate só precisa ser feito no finalzinho.", explica Debora
Vaz, diretora pedagógica da escola
http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/licoes-ferias-572901.shtml
Excelente matéria! Seria muito se os pais tivessem acesso e
refletissem sobre o período de férias. Criou-se um mito que os alunos estão
sobrecarregados por conta dos estudos e devem descansar nas férias. As férias
são necessárias para que os professores tirem férias do trabalho. Não se tira
férias do aprender. Aprende-se sempre. Deve tirar férias do que é chato e o
estressante. O estudo bem dosado e estimulante não é mesmo?
Por falar em bem dosado, não vamos resolver o estresse dos
alunos ("Em
razão de uma agenda cada vez mais cheia, os alunos estão cada vez mais
estressados”) com as férias dos estudos, mas ajustando a agenda nos meses de
aulas priorizando os estudos com o devido equilíbrio. Dedicar 30 ou 40 minutos nas férias não limitar as brincadeiras e o descanso. Tirar mais alguns minutos para ler um bom livro também estragar o lazer. Além de tudo, os benefícios no retorno das férias serão maravilhosos para os alunos e professores.
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