A educação que forma indivíduos para os novos desafios do século XXI - Parte 2
O professor Toru Kumon pensou muito sobre a
educação que aprimora o caráter e com sua vasta experiência no desenvolvimento
dos alunos nos deixou observações valiosas para esse novo século.
Não deixe de ler, sobretudo, as partes em destaque e aguarde a pesquisa recente sobre o desempenho acadêmico e a formação da personalidade.
("...") Crianças
que reflitam sobre “como devem viver”.
A nossa
grande meta está, sem dúvida, em “Descobrir o potencial de cada indivíduo, desenvolvendo-lhe
as habilidades ao máximo limite, formando assim pessoas responsáveis e
mentalmente sãs, que contribuam para a comunidade global”. Para isso, é
importante que avancem além da série escolar. Vemos que os alunos três ou mais
anos adiantados aprimoram também o seu caráter de modo brilhante.
Acredito
que o resultado de avançar além da série escolar e desenvolver um caráter brilhante
é mais fácil de ser alcançado por meio do estudo da Língua Pátria do que da
Matemática, porque com a elevada capacidade de leitura e conhecimento da Língua
Pátria, é possível conhecer amplamente a vida e a sociedade. Isso é o que consideramos
uma educação que aprimora o caráter.
O mérito
da campanha em prol da leitura está no fato de possibilitar, concretamente, o
aprimoramento do caráter ao qual objetivamos. Durante o Encontro de Orientadores
do ano passado (1987), perguntei se o fato de pré-escolares se tornarem capazes
de resolver equações implicaria mesmo no aprimoramento do
caráter e
obtive concordância de um grande número de orientadores. Aqui, é preciso acrescentar
um comentário: será muito difícil o pré-escolar avançar até equações se não
tiver, como premissa, uma grande capacidade em Língua Pátria.
Em outras
palavras, significa que o pré-escolar pode avançar a equações somente depois de
desenvolver a sua habilidade na Língua Pátria. Por isso, dizemos que formar pré-escolares
capazes de resolver equações implica em aprimorar o caráter.
Resumindo
novamente o que seria a educação para o aprimoramento do caráter, penso que
seria formar crianças capazes de pensar sobre “como devem viver”.
PARA
DESENVOLVER UMA PERSONALIDADE PLENA
A FORMAÇÃO
INTELECTUAL ADEQUADA CONSTRÓI O CARÁTER
Há pessoas
que privilegiam a formação do caráter em prejuízo de uma formação intelectual na
tenra idade. Como resultado, muitos pais hesitam quanto ao tipo de educação que
devem fornecer a seus filhos, ainda que no seu íntimo desejem que as crianças
cresçam inteligentes.
Deveriam
fazer um estudo estatístico para verificar o quanto uma orientação intelectual
é benéfica à formação do caráter. Verifiquemos o modo de ser de dois adultos:
um que recebeu uma formação intelectual e outro que não a teve suficientemente.
Verifiquemos se essa orientação intelectual precoce exerceu influência negativa
sobre a sua índole.
Há uma
estreita relação entre as pessoas que tiveram formação intelectual precoce e as
que têm uma boa índole. Mas, normalmente, vemos ser generalizados os poucos
casos de pessoas inteligentes e com má índole.
Talvez
esta visão esteja vinculada a uma certa inveja que se tem de pessoas com boa
formação intelectual.
Há quem
espera que os filhos dos outros não estudem e há os que chamam de
superprotetoras as mães daqueles alunos que vão bem na escola.
Com uma
formação intelectual adequada, há também o desenvolvimento do caráter. Não são
raros os casos de crianças que freqüentam o Kumon e, na medida em que se
desenvolvem intelectualmente, tornam-se mais bondosas,
mais gentis e ganham reserva de capacidade.
O AUTODIDATISMO
PROMOVE A ELEVAÇÃO DO CARÁTER
No Kumon,
graças ao material programado, a criança estuda de acordo com sua capacidade e
de forma autodidática. Assim, apreende o conhecimento de forma efetiva e, além
de desenvolver o hábito de estudo, aprende a ser
independente.
Neste
processo, o aluno, sem perceber, ultrapassa o nível de sua série escolar em
dois ou três anos. Este aluno, então, que cresceu com reserva de capacidade, é espiritualmente
sereno e tem um coração solidário.
Por outro
lado, ele tem condições intelectuais para ler livros de conteúdos complexos,
com os quais pode emocionar-se ou sobre os quais pode refletir. Como resultado,
passa a pensar da seguinte forma: “O que posso fazer em benefício da sociedade?
O que deve ser feito? Como devo agir?”.
Repito:
uma elevada e adequada formação intelectual não se contrapõe à moral.
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