Educação: estudo reforça a ideia de que a repetência prejudica o aluno
A taxa de repetência no Brasil está mais próxima da realidade da África Subsaariana que de qualquer outra região do planeta
ANGELA PINHO
Revista Época
REPETÊNTE - 15/09/2012 11h00
Quando o assunto é educação, há um ranking internacional em que o Brasil fica no topo. Não é o de matemática, leitura ou ciências. Nessas disciplinas, os alunos brasileiros estão no 53o lugar entre 65 países avaliados. Na lista da repetência, de quem mais reprova, o país sobe para a quarta posição. A taxa de repetência no Brasil está mais próxima da realidade da África Subsaariana que de qualquer outra região do planeta. No ensino fundamental, dez em cada 100 alunos são barrados a cada ano, principalmente nas escolas públicas. No médio, 13 em 100 foram reprovados em 2011, o maior nível desde que a estatística passou a ser divulgada, em 1999.
Se tudo continuar como está, o prognóstico para esses alunos é temerário, revela um novo estudo da organização Todos Pela Educação. O trabalho comprova com estatísticas abrangentes aquilo que os educadores já intuíam: a repetência compromete o aprendizado do estudante para o resto da trajetória escolar. Para chegar a essa conclusão, pesquisadores da entidade usaram dados da Prova Brasil, do Ministério da Educação, que avalia em português e matemática todos os alunos das escolas públicas de ensino fundamental.
Para saber mais:

Comentários:
Deixar transcorrer 200 dias letivos, um ano inteiro, e ao final concluir que foi reprovado é um absurdo. Todos têm responsabilidades neste processo, ou melhor, nos resultados ineficazes. Não é que o ano tenha sido perdido, mas as consequências para o aluno podem desmotivadoras, sobretudo, nas crianças pequenas. Podem provocar baixa autoestima e traumas. Mas a aprovação automática não é a solução. A solução é o aluno aprender e se desenvolver.   

Em educação não há segredo: é necessário ter qualidade sempre. Aprovação automática prejudica, mas também a reprovação causa prejuízo. Por isso é importante ter uma educação eficaz. Um caminho é a avaliação contínua que proporcione intervenções adequadas durante o processo e, evidentemente, de forma individualizada.
Sugestões de intervenções apresentadas neste blog:
Acompanhamento individualizado, conhecimentos prévios, lições diárias para casa de acordo com a capacidade do aluno, desenvolvimento da autoinstrução e da autonomia, elogios concretos e verdadeiros, atenção para capacidade de concentração e capacidade de execução de tarefas etc.  
Em suma, precisamos aplicar conceitos que a administração usa tão bem que a educação deixou de lado: eficácia, eficiência, objetivos, visão e busca por excelência.
Qual é a importância da lição de casa?
A lição de casa é importante para pais, alunos e professores.
Para o aluno, é fundamental porque faz com que ele enfrente desafios pedagógicos fora do contexto escolar, além de ajudá-lo a construir uma autonomia, a estabelecer uma rotina e a melhorar a capacidade de organização.
Para o professor, é uma atividade útil porque lhe permite verificar quais são as dificuldades e deficiências dos alunos e, consequentemente, tentar saná-las com atividades de reforço.
Para os pais, é uma maneira de acompanhar o que está sendo ensinado na escola do filho.


Comentários:
A educação 3.0 é a educação da colaboração como faz a ONG Educar para Crescer que compartilha este excelente conteúdo sem custo para pais e educadores. Muitos pais e educadores negligenciam este importante recurso que é a lição de casa. Não adianta passar dever para casa que o aluno não consegue executar. A lição de casa também não é produtiva quando os pais fazem pelos alunos. A lição de casa requer metodologia na elaboração, dosagem e correção.    
Trabalho por mais de 16 anos com um método que tem a lição de casa como um importante instrumento para desenvolver autonomia, autoinstrução e maior desenvolvimento dos alunos.
Portanto, os pais e educadores devem olhar com atenção para esse recurso.
 

Educação 3.0: estamos prontos?

"Com a adoção das tecnologias digitais dentro e fora das salas, a transmissão do conhecimento vem se tornando um grande desafio para os professores"

08/08/2012 13:34
Texto Luciana Maria Allan

Educar

O termo Educação 3.0 foi usado para definir o impacto na educação do aprendizado colaborativo e personalizado

 

O saudoso e visionário educador Paulo Freire, que nos deixou em 1997, já havia profetizado as transformações pelas quais a pedagogia passaria a partir da adoção de uma educação colaborativa: "Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo".
Com a adoção das tecnologias digitais dentro e fora das salas de aula, a transmissão do conhecimento vem se tornando, rapidamente, um grande desafio para uma geração de professores que estudou e aprendeu a ensinar em uma era pré-digital e não contava com recursos de interação e colaboração capazes de conectar mestres, estudantes e a sociedade civil de uma forma geral, independente de formação, cultura ou nação onde vivem.
Com tantas ferramentas à disposição para aprender e compartilhar, a Geração Y está exigindo das escolas uma veloz revolução nas metodologias de ensino capazes de sedimentar uma estrada sólida para a Educação 3.0, termo que vem sendo amplamente disseminado por pensadores como o americano Jim Lengel, professor da Universidade de Nova York, que, entre outros fatores, define esta nova escola como uma instituição na qual "alunos e professores produzem em conjunto, empregam ferramentas apropriadas para a tarefa e aprendem a ser curiosos e criativos".
O termo Educação 3.0 foi usado pela primeira vez em 2007 pelo professor Derek Keats, da Universidade de Witwatersrand, de Joanesburgo (África do Sul), para definir o uso e o impacto na educação do aprendizado colaborativo e personalizado, a reutilização de conteúdos de aprendizado e o reconhecimento do aprendizado através de métodos formais ou informais.
O conceito também mobiliza uma comunidade on-line para líderes educacionais em todo mundo: a GETideas.org, criada pela Cisco Global Education, que enxerga a Educação 3.0 como uma visão holística e transformadora dos processos educacionais.
Um programa global pioneiro do British Council, batizado de Connecting Classrooms, é um excelente exemplo de como a educação do Século XXI pode derrubar fronteiras através do uso das tecnologias digitais. O projeto, que está abrindo inscrições para instituições educacionais de todo mundo, visa formar cidadãos com uma visão mais global acerca da realidade de outros países e, assim, prepará-los melhor para os desafios futuros.
Para isso, o projeto conecta e estimula a troca de experiências e conhecimento entre estudantes dos ensinos fundamental e médio dos quatro cantos do planeta através de um sistema de parceria entre as escolas. Todas as atividades são baseadas em eixos temáticos relacionados à cultura e sociedade locais e utilizam ferramentas digitais. A interação entre as escolas dos 51 países participantes, entre eles Brasil, Alemanha, China, Espanha, Índia, Líbano, Marrocos e Nigéria, é feita a partir de uma plataforma tecnológica própria e o idioma oficial para compartilhar as tarefas é o inglês.
Preparar os estudantes desta nova geração para o mercado de trabalho irá exigir - e já está exigindo - uma nova postura dos educadores orientada para a Sociedade do Conhecimento, que, entre outros princípios: busca desenvolver alunos engajados, motivados e prontos para enfrentar os desafios de hoje e do futuro; enxerga o aprendizado como uma ação continuada, que não se restringe às oportunidades apresentadas pelo professor; acredita que o aprendizado é para todos e ninguém deve ser excluído; reconhece que as pessoas aprendem de forma diferente; e provê uma infraestrutura necessária para o aprendizado, que ainda é físico, mas cada vez mais virtual.
Repensar os modelos pedagógicos e o tradicional formato das salas de aula, onde o professor era o único detentor do conhecimento, é tão urgente quanto simplesmente investir na implementação das tecnologias digitais. É preciso, antes de mais nada, preparar nossos professores para lidar com esta nova geração, que hoje já não precisa mais ir às bibliotecas ou carregar livros pesados para ter acesso à novas informações.
Nesta nova realidade pedagógica, o professor não somente ensina, mas, principalmente, aprende. Ele deve estar pronto para lidar com alunos cada vez mais conectados e informados e que, muito mais do que mestres, querem encontrar mentores capazes de facilitar o processo de aprendizado e aptos a direcioná-los para solução de problemas que irão enfrentar para construir uma sociedade melhor.
A evolução da Sociedade do Conhecimento nos leva a uma outra citação de Paulo Freire: "Ninguém ignora tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre". Anote aí e boas aulas!
#Fica a dica - No dia 1o de outubro será realizado em São Paulo, no Centro de Convenções FECOMERCIO, com a participação do professor Jim Lengels, o Congresso InovaEduca3.0, que irá reunir especialistas no tema Educação 3.0 para debater suas ideias sobre a escola contextualizada no mundo em que vivemos e as transformações que as novas tecnologias estão realizando nos processos de ensino e aprendizagem e nas relações professor-aluno.
Luciana Maria Allan é diretora do Instituto Crescer para a Cidadania e Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo (USP) com especialização em tecnologias aplicadas à educação


Comentários:

A questão não é o uso da tecnologia, mas a mudança da metodologia. Na era do conhecimento, o professor detém uma minúscula parte de conhecimento e com tantas tecnologias e informações armazenadas nas “nuvens”, o aluno precisa saber buscar a informação e transformar em conhecimento útil para ele, pessoal e profissional, e para a sociedade. Portanto, o aluno precisa aprender a aprender, ter atitude, autonomia, capacidade de leitura e entendimento, enfim, precisamos desenvolver alunos autodidatas.  


Não é burrice, nem preguiça!

O que parece preguiça pode ser um problema de saúde que afeta o rendimento escolar

22/04/2009 16:12
Texto Amanda Polato
AnaMaria
Foto: Dreamstime
Foto: Óculos
É importante que as mães levem seus filhos regularmente ao médico para detectar possíveis distúrbios logo cedo
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Uma dorzinha no ombro, um apertar de olhos para copiar a matéria da lousa ou uma enorme dificuldade para se concentrar. Esses sintomas tão banais, que costumam passar despercebidos por pais e professores, são sinais de problemas que podem afetar o rendimento escolar do seu filho.

A maioria dos distúrbios relacionados aos sentidos (como visão e audição), ao movimento e à atenção interferem diretamente no aprendizado. "É importante levar as crianças regularmente ao médico, para acompanhar o desenvolvimento e detectar algo anormal logo cedo", sugere o pediatra Fábio Ancona Lopez, da Universidade Federal de São Paulo.

Com 1 ano de idade, os pequenos devem ir mensalmente ao pediatra; no segundo ano de vida, de três a quatro vezes por ano. Se você tiver filhos maiores, leve-os ao médico uma vez por ano. Será que não está na hora de levar seu filhote para fazer um check-up? Levantamos com os especialistas Alberto Gallo Neto, oftalmologista do Instituto Penido Burnier; Fábio Ancona Lopez, pediatra da Unifesp; Francisco Guarniero, psiquiatra; e Susi Mary de Souza Fernandes, fisioterapeuta da Universidade Presbiteriana Mackenzie 6 problemas de saúde que atrapalham na escola:

Para ler, clique nos itens abaixo:
 


Para que serve a lição de casa?

Descubra porque vale a pena motivar seu filho a fazer as tarefas enviadas para casa

28/08/2012 13:52
Texto Luciana Fleury
Educar
Foto: Claudia Marianno
Foto:
"Uma das principais funções da lição é contribuir para a integração e interação entre aluno, professor e família"
Após um dia longo no trabalho, os pais ainda se veem diante de mais um compromisso: apoiar os filhos na realização da lição de casa. E o cansaço que surge neste momento faz muitos se perguntarem por que, afinal, a escola manda exercícios e trabalhos para serem feitos em casa e se realmente vale a pena tanto esforço (deles e dos filhos).

Para os especialistas em Educação, são várias as respostas para este questionamento e todas elas reforçam a importância do estudo no lar. Um dos pontos de defesa da lição de casa é, exatamente, o fato de ela proporcionar este momento do aluno com os pais. "Uma das principais funções da lição é contribuir para a integração e interação entre aluno, professor e família. Por meio dela é possível saber o que está acontecendo na sala de aula, qual o conteúdo que está sendo ministrado, o que está sendo cobrado e qual o grau de dificuldade ou facilidade que o filho está tendo com o tema", esclarece Rose Mary Guimarães Rodrigues, professora do curso de Pedagogia da Unitri (Centro Universitário do Triângulo).

Há também, os aspectos inerentes ao aprendizado que são trabalhados pela lição de casa, como lista a psicóloga especializada em Educação Especial, Danila Coser, ao apresentar os motivos tradicionalmente apontados pelos professores para justificar a tarefa para o lar:

- Ajuda a reter o conteúdo apresentado
- Aumenta o entendimento dos temas
- Melhora o pensamento critico
- Desperta para autonomia e responsabilidade
- Colabora para ter uma organização voltada para o estudo
- Provoca a independência de estudar sem estar na sala de aula

Para que estes benefícios tenham efeito é preciso garantir uma lição de casa de qualidade (confira as 10 características da Lição de Casa ideal) e tomar cuidados para que a lição de casa não vire um problema entre pais e filhos, tornando a hora da lição uma verdadeira hora de pesadelo, cheia de cobranças e censuras.

Segundo as duas entrevistadas, uma lição de casa bem orientada pode ter três funções diferentes:
Para ler, clique nos itens abaixo
 
 
Comentários:
 
Um segredo do método Kumon, lição de casa dentro da capacidade do ano aluno, bem adequada para que o aluno fique motivado e desenvolva a autonomia.

Aprender a matemática do Ensino Médio será um terror para 83% dos alunos que saem do Ensino Fundamental.

Editorial: O foco nas dificuldades de aprendizado

"O problema específico da perda de rendimento escolar no decorrer do Ensino Fundamental piora a qualidade do ciclo médio e requer atenção especial"

Fonte: O Globo (RJ)
05 de setembro de 2012

O aperfeiçoamento de políticas educacionais tem sido uma preocupação suprapartidária, por sobre governos. No plano federal, é visível uma linha lógica de evolução entre as administrações FH e Lula, nas quais se sucedem avanços na universalização da matrícula no Ensino fundamental e na definição estratégica da necessidade de melhorias substanciais na qualidade da Escola pública do ciclo básico. É essencial o consenso na sociedade brasileira em torno da prioridade à Educação. Mas não basta para os objetivos, na área, serem alcançados.
Nos últimos quatro mandatos presidenciais, houve, ainda, o desenvolvimento de uma série de testes, exames nacionais e indicadores, ferramentas imprescindíveis em diagnósticos e definição de metas. O que, no passado, se inferia - a baixa qualidade do Ensino -, hoje é mensurado, bem como os alvos a serem atingidos.
À medida que novas informações são processadas, melhoram os diagnósticos e, em alguns aspectos, o quadro se mostra mais grave do que parecia. Exemplo recente é a constatação, feita a partir do Ideb (Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico), de que o rendimento do Aluno cai enquanto ele se aproxima do Ensino médio, a fase final do Ensino básico.
As metas de 2011 para o ciclo básico como um todo foram atingidas, mas o último Ideb aconselha mais atenção com o Ensino médio. Não parece pequeno o impacto negativo provocado nele por Alunos mal formados no Ensino fundamental. Estatísticas colhidas pelo GLOBO junto ao Inep, instituto de pesquisa do MEC, sobre o aprendizado de matemática e português, e não apenas na rede pública, dão a medida do problema: apenas 17% dos Alunos terminam o fundamental com um domínio adequado na ciência dos números, e 27%, na língua nacional...

Para saber mais: http://www.todospelaeducacao.org.br/comunicacao-e-midia/educacao-na-midia/23998/editorial-o-foco-nas-dificuldades-de-aprendizado/

Comentários (com errata e outras considerações):

Enfim, encontrei uma mensagem que fala da raiz do problema: a falta de base dos alunos interfere em todas as etapas da educação. Buscar solução com mudanças no Ensino Médio não resolve o problema, sobretudo, em matemática e leitura.
Após a divulgação do IDEB com os resultados ruins do Ensino Médio, muitas informações na mídia e a busca de solução para o problema. Algumas medidas podem melhorar um pouco a qualidade do Ensino Médio, mas para desenvolver a aprendizagem dos alunos neste estágio, faz-se necessário que os alunos aprendam a matemática do Ensino Fundamental e saibam ler e compreender qualquer tipo de texto.
Avaliar a educação é muito importante para conhecer a situação e definir as estratégias mais eficazes. O IDEB é importante e avalia a Educação Básica, isto é, o processo que envolve Ensino e Aprendizagem, mas o resultado principal é a aprendizagem que, infelizmente, acontece adequadamente apenas para 17% dos alunos em matemática e 27% em português no Ensino Fundamental. Portanto, para 83% dos alunos que estão saindo do Ensino Fundamental será um terror para aprender a matemática do Ensino Médio, pois não têm base.
Além da falta de conhecimentos prévios, esses alunos poderão ter baixa autoestima, pouca concentração etc.
Investir na qualidade dos primeiros anos escolares é um investimento que se multiplica ao longo dos anos, por outro lado, investir nos últimos anos da educação básica pode ser um investimento pouco aproveitado.

Pais, educadores e governantes, por favor, cuidem bem da educação das crianças nos primeiros anos, sem dúvida, é o melhor investimento que podemos fazer. Se esses investimentos proporcionarem conhecimentos prévios e, sobretudo, competência para aprender a aprender (autonomia e autoinstrução), provavelmente teremos resultados excelentes nos anos finais com pouco investiremos.
Prevenção de distúrbio ajuda na alfabetização matemática, diz britânica
Para Karime Esmail, discalculia deve ser diagnosticada na infância. Distúrbio neurológico prejudica o aprendizado em matemática
Fonte: G1
30/08/12
Não bastassem as dificuldades já conhecidas dos estudantes em aprender matemática - no Brasil estudos mostram que 57% dos alunos do 3º ano do ensino fundamental não sabem o esperado para a idade deles - um distúrbio neurológico dificulta ainda mais o aprendizado desta disciplina: a discalculia. Especialista no assunto, a pesquisadora britânica Karime Esmail destaca que a falta de diagnóstico das dificuldades específicas de aprendizagem em matemática pode trazer prejuízos em longo prazo aos alunos.
Tão importante quanto aprender a ler e escrever no idioma nativo, a alfabetização matemática pode influir na autoestima da criança e ajudá-la no desenvolvimento escolar e na integração social, diz Karime. Professora universitária formada em engenharia química, começou a pesquisar as dificuldades de aprendizagem ao se envolver nos estudos dos próprios filhos.
"Sou uma mãe ambiciosa", explicou ela, que ajudou sua filha a se preparar para um exame de avaliação aplicado em todas as crianças do país na idade de 7 anos. "Muitas vezes os professores não têm como pegar exatamente onde o aluno tem dificuldade", afirmou. "Quando se descobre em que área ele vai pior, espera-se que ele recupere o atraso de vários anos."
Ela estima que, no Reino Unido, em média duas crianças por sala de aula sofram de dificuldades agudas em matemática. Na população total do país, 6% teriam um distúrbio conhecido como discalculia, que pode ser adquirida ou relacionada ao desenvolvimento. Quem sofre do distúrbio tem, entre outros, problemas com a conservação da memória matemática, reconhecimento dos valores das moedas e a diferenciação entre significados e medidas.
Um exemplo a comparação entre um bloco grande com o dígito 2 escrito ao lado de outro pequeno com o dígito 8 escrito. Ao ser perguntado sobre qual número é maior, quem tem esse sintoma vai apontar para o 2. Ao todo, a pesquisadora identificou 27 sintomas de dificuldades na aprendizagem, incluindo a ansiedade que faz com que o aluno tenha pouca confiança em si.
Ela alerta, porém, que a dificuldade pode ter diversas causas e não existe tratamento ou remédio, principalmente no caso de crianças. "Mas existem medidas preventivas para estimular a aprendizagem", afirma Karime. Na discalculia, o lado do cérebro responsável pelos códigos numéricos pode ter menos células e fazer menos conexões. Mas, segundo Karime, muitos pesquisadores têm estudado como o desenvolvimento dos neurônios é grande durante os seis primeiros anos de vida, e continua até os 14, dependendo das atividades que o estimulem, e como o cérebro aprende matemática.
Tecnologias aplicadas na sala de aula podem ajudar a contornar as dificuldades dos estudantes com desempenho abaixo da média. Karime lançou, em 2008, o programa Dynamo Math, que auxilia professores com planos de aula, jogos interativos e exercícios de reforço e avaliação abordando módulos específicos dos conteúdos mais básicos do currículo escolar britânico. Com 240 módulos de aulas individuais com 15 minutos de duração, o programa, em fase de tradução para o português, pode ser usado em crianças nos primeiros anos do ensino básico, inclusive alunos com necessidades especiais como o autismo.
Para ela, o esforço de diagnosticar e avaliar casos de dificuldade de aprendizagem deve ser conjunto entre pais e professores, e a intervenção deve ser individualizada. "É preciso tentar de todas as formas acender as conexões neurais. Todas as crianças devem saber somar. A questão é identificar as dificuldades e enfrentar o problema para cortá-lo na raiz", afirma Karime, que deu uma palestra na quinta-feira (30) para professores e gestores escolares no Cefac - Saúde e Educação, e participa, no sábado (1º), do Congresso Internacional da Saúde da Criança e o Adolescente, em São Paulo.

DESTAQUE:
Não preciso fazer muitos comentários sobre o grave problema, as causas e as soluções, pois a pesquisadora foi brilhante nas seguintes afirmações:
“...no Brasil estudos mostram que 57% dos alunos do 3º ano do ensino fundamental não sabem o esperado para a idade deles...
Tão importante quanto aprender a ler e escrever no idioma nativo, a alfabetização matemática pode influir na autoestima da criança e ajudá-la no desenvolvimento escolar e na integração social, diz Karime
. "Muitas vezes os professores não têm como pegar exatamente onde o aluno tem dificuldade", afirmou. "Quando se descobre em que área ele vai pior, espera-se que ele recupere o atraso de vários anos."

"Mas existem medidas preventivas para estimular a aprendizagem", afirma Karime
Mas, segundo Karime, muitos pesquisadores têm estudado como o desenvolvimento dos neurônios é grande durante os seis primeiros anos de vida, e continua até os 14, dependendo das atividades que o estimulem, e como o cérebro aprende matemática.
Com 240 módulos de aulas individuais com 15 minutos de duração, o programa, em fase de tradução para o português, pode ser usado em crianças nos primeiros anos do ensino básico, inclusive alunos com necessidades especiais como o autismo.
Para ela, o esforço de diagnosticar e avaliar casos de dificuldade de aprendizagem deve ser conjunto entre pais e professores, e a intervenção deve ser individualizada. "É preciso tentar de todas as formas acender as conexões neurais. Todas as crianças devem saber somar. A questão é identificar as dificuldades e enfrentar o problema para cortá-lo na raiz", afirma Karime,

COMENTÁRIOS:
Este blog não tem o objetivo de discorrer sobre o método Kumon, mas, diante das afirmações da pesquisadora e a possível espera pelo programa com os 240 módulos desenvolvido pela pesquisadora, o método Kumon contempla vários aspectos citados e muitos outros, sobretudo, individualizado, eleva autoestima, desenvolvimento cognitivo etc.

Três ideias para virar o jogo no Ensino Médio
O desempenho dos estudantes só vem caindo nos anos finais do ensino básico, levando à necessidade urgente de mudar a forma de ensinar
Fonte: Gazeta Online

Etapa da educação básica com o pior desempenho em todo o país, o ensino médio precisa ser reformulado. O próprio governo federal reconheceu essa necessidade depois da divulgação dos resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), no último dia 7. Em uma escala de 0 a 10, o Brasil conseguiu alcançar apenas a tímida meta traçada para 2011, de 3,7.
Em 11 Estados, a meta nem mesmo foi alcançada. É o caso do Espírito Santo, que registrou um Ideb de 3,6, quando o desempenho esperado era de 4,1. A situação é crítica tanto na rede pública quanto na particular. Mas o que precisa ser feito para mudar essa realidade? A GAZETA ouviu três especialistas em educação e ensino médio, além de alunos da rede pública estadual para saber o que eles têm a propor.
A maioria deles defende uma tese central: o ensino médio precisa se readequar para atender às expectativas dos jovens. “Temos uma escola do século XIX, professores do século XX e alunos do século XXI”, resume Mozart Neves Ramos, membro da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (CNE).
Falta “base”
A mudança, porém, deve começar no ensino fundamental, já que as notas dos alunos começam a cair nessa etapa. É o que também defendem os alunos.
No Colégio Estadual, em Vitória, Thayna Quirino, 17, aponta: “A gente não tem base para ter um ensino médio ‘puxado’ com o pouco que aprende lá atrás”, alega.
Diante das notas do Ideb, o governo chegou a anunciar, na última semana, que vai discutir um novo projeto para valorizar o ensino médio. A proposta quer fazer funcionar a ideia de trabalhar as tradicionais disciplinas em quatro áreas de conhecimento (ciências humanas, da natureza, linguagens e matemática).
O coordenador geral da Campanha Nacional Pelo Direito à Educação, Daniel Cara, porém, critica a medida e lembra que já existe uma proposta de mudança de currículo elaborada, à espera de ser efetivamente implementada: o Ensino Médio Inovador.
Programa
“As escolas onde funcionam os projetos pilotos do programa (criado em 2009) ainda nem foram avaliadas e o novo ministro já fala em elaborar uma nova proposta. É preciso acabar com a lógica de descontinuidade das políticas públicas e colocar em prática aquilo que já foi aprovado”, defende.
Melhoria do ensino fundamental, reestruturação da identidade do ensino médio e investimento na gestão escolar são as principais soluções apontadas por eles. Confira as opiniões.
As ideias dos especialistas
1 - Melhorar o ensino fundamental
Mozart Neves Ramos, Membro da Câmara de Educação Básica do CNE
O problema: O baixo desempenho educacional brasileiro não começa no ensino médio. Ele tem início a partir do momento em que o aluno entra nas séries finais do ensino fundamental (5ª a 8ª série), quando o número de disciplinas e de professores aumenta nas salas de aula. O currículo se torna multidisciplinar e multifacetado, mas o Brasil não tem tecnologia para ensinar nesse modelo. O ensino médio é apenas a “ponta do iceberg”, onde o problema mais aparece, mas não onde começa. Seja na escola pública ou na particular, ele recebe alunos egressos do ensino fundamental já com baixo nível de aprendizado. A situação precisa ser revertida antes.
A solução: Para mudar a realidade é preciso organizar as disciplinas nas séries finais do ensino fundamental para que elas se tornem compreensivas aos alunos e investir nos professores. Dar tempo para que eles planejem aulas interdisciplinares e oferecer salários que permitam à escola ter um corpo docente próprio, dedicado integralmente a ela. Nos Estados onde há escolas de ensino fundamental atendidas também pela rede estadual é preciso unificar os currículos, evitando que distorções ocorram no futuro, quando o aluno vai para o ensino médio.
2 - Reconstruir o ensino médio
Daniel Cara, Coordenador geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação
O problema: A forma como o ensino médio está colocado hoje é pouco atrativa para o jovem. É preciso reconstruir a sua identidade e reformular o currículo. A estrutura física e pedagógica das escolas de hoje não atendem aos anseios dos alunos. O número excessivo de disciplinas e de conteúdos que, muitas vezes, não encontram relação com o mundo tornam o aprendizado desinteressante. Para garantir a permanência na escola, os conteúdos e a forma de ensinar devem estar de acordo com o que os alunos querem: seja a preparação para o mercado de trabalho, para a universidade ou simplesmente para aprofundamento dos conhecimentos.
A solução: O governo federal já elaborou, com a participação da sociedade, uma proposta de reformulação do ensino médio, em 2009. É o programa Ensino Médio Inovador, que prioriza a integração de disciplinas em áreas de conhecimento e prevê a possibilidade de que as escolas trabalhem com apenas um eixo central de conteúdos. Agora, é preciso que união, Estados e municípios deem continuidade a essa política pública e que o governo federal ofereça assessoria técnica às redes de ensino para que o programa seja implantado efetivamente. Ele é extremamente possível e viável. Basta fazer.
3 - Implementar gestão de qualidade nas escolas
Ricardo Henriques, Superintendente executivo do Instituto Unibanco
O problema: O Brasil tem pouca cultura de gestão escolar. Ela é vista, normalmente, como secundária pelos gestores que, muitas vezes, não têm qualquer experiência e informação sobre o assunto. A gestão afeta direta e indiretamente o desempenho dos alunos, principalmente no ensino médio. Uma boa gestão é capaz, por exemplo, de fornecer aos professores o tempo necessário para planejamento das aulas, identificar as necessidades de cada um para desenvolver os conteúdos das disciplinas e até mesmo para criar um clima escolar melhor. Os gestores devem saber planejar financeira e pedagogicamente uma instituição de ensino.
A solução: A longo prazo, os currículos dos cursos de licenciatura de universidades e faculdades precisam passar por uma mudança estrutural, para que a gestão escolar seja efetivamente um componente curricular a ser ensinado. A curto prazo, as redes de ensino devem oferecer cursos de formação de gestores para o seu quadro de funcionários e fornecer materiais com metodologias auxiliares de implantação da gestão. Também é preciso melhorar o processo de seleção de diretores, reduzir as indicações aos cargos de direção e oferecer formação inicial para quem é aprovado nos concursos.

Comentários:
Devemos ouvir e aprender com os alunos. A aluna Thayna Quirino disse muito bem:   Não podemos querer um Ensino Médio de qualidade sem repensar a educação no Ensino Fundamental. Todos sabem a necessidade dos Conhecimentos Prévios e mesmo assim os alunos avançam sem o aprendizado adequado. A progressão não pode se basear na idade e muito menos na aprovação automática, mas na assimilação dos Conhecimentos Prévios e o desenvolvimento das competências necessárias para o próximo assunto, próxima série etc.