Você acha que as escolas particulares brasileiras são boas?

Você acha que as escolas particulares brasileiras são boas?


Os pais com filhos em escolas privadas precisam saber que não é possível criar uma ilha da fantasia que produz prêmios Nobel em meio a um sistema público esfacelado


segunda-feira, 12 de setembro de 2011 às 17:11h
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Eu tive o privilégio de estudar em boas escolas particulares. Só quando fui cursar uma universidade de ponta nos Estados Unidos é que entendi quão deficiente minha escolaridade havia sido.
Meus colegas indianos haviam lido Shakespeare e Dante para a escola. Na minha, lemos Lima Barreto e Adolfo Caminha. Os chineses e os russos tinham uma intimidade com a matemática que lhes permitia visualizar a relação entre equações e as formas espaciais que elas descreviam. Para mim, matemática era só pegar lápis, papel e resolver um problema. Os dados estatísticos mostram que as deficiências da minha escola são compartilhadas por milhões de alunos de todo o país.
No Enem de 2008 (inacreditavelmente, o último ano disponível), as escolas privadas atingiram a média de 56 pontos, em uma escala que vai até 100. Ou seja, mesmo nessas escolas os alunos dominam pouco mais da metade das habilidades que deveriam. Se olhamos para o Pisa, o teste internacional de educação mais respeitado do mundo, que mede o aprendizado de jovens de 15 anos, os problemas são parecidos. O desempenho em leitura dos 25% dos alunos brasileiros mais ricos é inferior ao desempenho do aluno médio dos países desenvolvidos e é também inferior ao dos 25% mais pobres de lugares como Coreia do Sul, Finlândia, Hong Kong e Xangai. Se comparamos o desempenho dos 10% mais ricos do Brasil com o dos 10% mais ricos dos países desenvolvidos, a diferença que nos separa é equivalente a quase um ano de escolaridade. É como se a elite daqueles países estudasse um ano inteiro a mais que a nossa. Esses resultados ficam mais visíveis no ensino médio, mas as dificuldades começam antes. A recente Prova ABC, com crianças de 8 anos, mostrou que já nessa idade 21% dos alunos de escolas privadas não alcançam o desempenho mínimo esperado em português e 26% em matemática.
Como se explica, então, que a maioria dos pais de alunos das escolas privadas esteja satisfeita com a qualidade da escola dos filhos e que não se vejam muitos movimentos pela criação de mais escolas de ponta na rede privada que se equiparem àquelas dos países desenvolvidos? Suspeito que a resposta tenha muito a ver com algo que os alemães magistralmente chamaram de Schadenfreude: a satisfação diante da desgraça alheia. Os pais com filhos em escolas privadas se satisfazem com o fato de a educação pública ser ainda pior. Se no Enem as escolas privadas só chegam a 56 pontos, as públicas não passam de míseros 37. Se na Prova ABC um em cada cinco alunos das escolas privadas não atinge o nível esperado de aprendizado, o que dizer dos alunos da escola pública, em que mais da metade não atinge esse nível em leitura e dois terços em matemática?!
Se você é um típico pai ou mãe de aluno de escola particular, é grande a possibilidade de que ache que já está fazendo tudo o que pode ao trabalhar duro para pagar uma boa escola. O aprendizado, você acha que é obrigação da escola. Cada vez que você lê sobre alguma avaliação educacional, acha que o problema é de quem estuda em escola pública. Ao ver os resultados desses testes e não encontrar a escola de seu filho nas piores posições do ranking, você tem a reconfortante sensação de que seus esforços estão dando resultado, de que, na competição que é o mundo moderno, a educação que você consegue oferecer a seu filho já lhe dá uma grande vantagem.
Tenho más notícias. Primeira: os tempos mudaram, e a arena de competição desta geração não é mais o Brasil, mas o mundo. Se seu filho for despreparado, vai perder o emprego para um indiano, australiano ou chinês. Você talvez sinta pena dos alunos das escolas públicas, mas os chineses e finlandeses sentem pena de você. Segunda: o desempenho superior da escola de seu filho se deve mais a você do que à escola. Naercio Menezes, do Insper, fez uma análise econométrica dos dados do Saeb e nela demonstra que dois terços da diferença de desempenho entre os alunos das escolas públicas e os das particulares são atribuíveis ao nível socioeconômico dos pais. As escolas privadas não são muito melhores do que as públicas. A grande diferença é que atendem um público mais pronto para aprender.
Por que esse déficit de qualidade, mesmo na rede paga? Primeiro, porque o sistema brasileiro de formação de professores é péssimo. A futura professora sai da faculdade despreparada. A escola particular ainda tem uma certa vantagem por poder contratar os melhores, pagar a cada um de acordo com o seu desempenho, demitir os piores e impor métodos e cobranças. Assim consegue uma vantagem, mas não tem como tirar leite de pedra. Em segundo lugar, a escola sofre com a pouca cobrança e participação dos pais. Se os pais desencanam do aprendizado dos filhos, o horizonte de possibilidades da escola é reduzido.
Quais as consequências práticas? Os radicais de esquerda, que praguejam contra a “mercantilização do conhecimento” e pregam a estatização do ensino, devem saber que as escolas privadas representam, sim, um ganho de aprendizagem para seus alunos, ainda que menor do que se imagina. A hipótese de que a rede privada prejudica a rede pública não se confirma. Estudos em diversos países mostram que a concorrência com o sistema privado faz bem às escolas públicas, aumentando sua qualidade e elevando o salário dos professores, mas na maioria dos casos o impacto é pequeno. (Os estudos estão disponíveis em twitter.com/gioschpe.)
Também erram aqueles que acham que a privatização do ensino seria a panaceia. Um estudo sobre o sistema chileno, que privatizou grande parte de sua educação básica, mostra que o caminho preferido das escolas para competir é a seleção dos alunos. Se a escola consegue atrair os melhores, provavelmente será a melhor. Dificilmente o Brasil daria o salto educacional de que precisa apenas com a privatização das escolas: haveria grande concorrência pelos melhores alunos, mas isso não necessariamente melhoraria o nível do ensino como um todo. Sem falar no papel da escola como ambiente socializador e desenvolvedor de uma identidade nacional. Ou seja: o sistema misto e liberal do Brasil está no caminho certo e deve ser protegido dos ideólogos.
No plano micro, quais as lições aos pais? Em primeiro lugar, a de que precisam participar mais da educação dos filhos e se preocupar mais com o aprendizado em termos absolutos e menos com a vantagem da escola deles em relação à escola de seus amigos ou às escolas públicas em seu redor. E, mais importante, os pais precisam saber que não é possível criar uma ilha da fantasia que produz prêmios Nobel em meio a um sistema público esfacelado. Pois é o sistema público que forma os professores de seus filhos. Precisamos pensar como país, encarar o problema de forma sistêmica. Ou resolvemos o problema de todos, ou vamos acabar não resolvendo o de ninguém. No ano que vem haverá eleição municipal. Que tal escolher seu candidato com base no desempenho das escolas que ele já administrou?

Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/voce-acha-que-as-escolas-particulares-brasi-leiras-sao-boa

15 DE OUTUBRO - DIA DO PROFESSOR


Ao mestre/orientador com carinho
Você orientador – que é muito mais que um professor –
Que eleva a autoestima,
Que tem um olhar especial,
Que observa os pontos positivos,
E a partir destes desenvolve os demais pontos,
Que dá pequenas dicas, pois acredita na capacidade do aluno aprender por si só,
Que vai além dos parâmetros como Série Escolar ou idade,
Pois acredita que o ser humano não tem limites,
Que trata o aluno como um ser humano,
De forma individualizada,
Que vai para casa pensando o que pode fazer para que ele se desenvolva mais
E tenha plenitude no desenvolvimento de todo ilimitado potencial humano.
Que não dá o peixe, mas orienta para que ele aprenda a pescar.
Você, mestre, que orienta.
Por falar em orientar...
Geralmente o professor é um pedagogo,
Mas você orientador é o verdadeiro pedagogo.
Pois a palavra pedagogia tem origem grega e,
Paidós quer dizer criança e
Agogé significa condução...
Então, para você, orientador, que conduz a criança à felicidade
 Feliz dia 15 de outubro, Dia do Professor, Dia do Mestre...      Dia do Orientador do Kumon!!


Com muito carinho e admiração...

http://www.videolog.tv/video.php?id=648136#
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“Ensinar
É um exercício
De imortalidade.
De alguma forma
Continuamos a viver
Naqueles cujos olhos
Aprenderam a ver o mundo
pela magia da nossa palavra.”
(Rubem Alves)