INDIGNAÇÃO

Confesso que cada vez mais fico indignado com essa história de alunos sobrecarregados no Brasil. Sei que existem muitos alunos sobrecarregados e não é pela intensa dedicação, mas pela falta de preparo para enfrentar as atividades da série escolar que se encontra. Quem fica mais estressado é um aluno do 6º ano que resolve 10 problemas com equação com tranquilidade em 30 minutos ou um aluno do mesmo ano que sofre para resolver 3 problemas com as 4 operações em 40 minutos?

Evidente que o problema não está na dedicação, no tempo de estudo ou no esforço do aluno, mas na falta de preparação com os conhecimentos prévios necessários ou postura e hábito de estudos.

Uma pessoa sedentária ficar sobrecarregada se tiver que percorrer 2 km por dia, enquanto que a  pessoa bem preparada pode percorrer 5 km por dia sem ficar sobrecarregada ou estressada, ou melhor, fará isso com motivação e um determinado tempo que não atrapalhará as demais atividades.
Estava lendo a revista Época desta semana e fala que alguns alunos brasileiros (poucos, mas muito pouco) estão conseguindo entrar nas melhores universidades do mundo fruto de grande esforço. E são jovens felizes, muito felizes pelos resultados que estão alcançando.

Os pais são influenciados pela mídia e por alguns especialistas e sofrem com as consequências dos filhos infelizes. Sou especialista* também, mas, como em qualquer profissão, temos especialistas que orientam  bem e outros não. E não é por maldade, mas por falta de estudo, de aprofundamento ou por “achismos”.
Precisamos nos basear nas pesquisas bem elaboradas e nos excelentes resultados. Não podemos encontrar pessoas com excelentes resultados e ficar arrumando defeitos. Claro que tem pontos que devem ser melhorados, mas não deveríamos aprender com os pontos positivos.

Os países classificados do 11º lugar ao 30º na avaliação do PISA pesquisam o que os países classificados do 1º ao 10º (matéria do site Terra no blog educação3-0) fazem de positivo para que possam melhorar a educação. Nós, que estamos depois do 50º, ficamos discutindo o quanto ser “Mãe-tigre” pode ser ruim para os nossos alunos. Acredito que poderíamos fazer diferente: o que podemos aprender com as “Mães-tigre” de lá ou daqui do Brasil.
“É verdade que, sem esforço e vontade própria, Tabata nunca teria chegado aos bancos das melhores do planeta”.

Na reportagem da Época 731 de 21 de maio de 2012, a jovem Tabata Pontes de 18 anos de idade passou na USP, mas não vai estudar na USP. Ela está feliz da vida com um grande dilema: escolher a universidade que vai estudar entre as seis universidades americanas que foi aprovada. Um detalhe: as seis estão entre as 20 melhores em um ranking que a USP aparece na 178º posição.
“Não bastasse a inteligência notável – apesar de ela não tê-la medido, por acreditar que testes de Q.I., ao deixar outras habilidades de fora, são injustos -, Tabata tem uma disciplina espartana. Na época do colégio, quando não estava nas aulas preparatórias para olimpíadas ou na turma do ensino médio, agarrava os livros em casa durante quatro horas por dia”.

Agora, enquanto Tabata está feliz, muitos alunos estão infelizes cursinhos de pré-vestibular ou tentando ingressar em uma universidade de segunda linha. Caso tenha conseguido ingressar em uma universidade de primeira linha, quem sabe, está sofrendo para acompanhar as aulas ou sendo reprovado no exame da OAB. Por último, pode estar encontrando dificuldade no mercado de trabalho ou com dificuldades para expressar suas ideias nas redes sociais, pois não tem vocabulário ou não consegue elaborar um parágrafo.
*Ednaldo Ribeiro – Administrador de Empresas, especialista em Psicopedagogia Institucional e Clínica e Mestrando em Educação. Lecionou em curso de Pós-graduação e Matemática no Ensino Fundamental por quase 10 anos.  

A qualidade da educação brasileira e a "Mãe-tigre"

Editorial: Os números do Ensino Médio

"As taxas de reprovação e abandono no Ensino Médio divulgadas pelo Inep são mais um sinal de alerta sobre a má qualidade da Educação brasileira", afirma jornal

Fonte: O Estado de S. Paulo (SP)

Os últimos números do Ministério da Educação (MEC) revelam que, em 2011, o índice de reprovação na rede pública e privada de Ensino médio foi de 13,1% - o maior dos últimos 13 anos. Em 2010, foi de 12,5%. Os Alunos reprovados não conseguem ler, escrever e calcular com o mínimo de aptidão, tendo ingressado no Ensino médio com nível de conhecimento equivalente ao da 5.ª série do Ensino fundamental.
O Estado com o maior índice de reprovados foi o Rio Grande do Sul - 20,7% dos Alunos. Em segundo lugar aparecem, empatados, Rio de Janeiro e Distrito Federal, com índice de 18,%, seguidos pelo Espírito Santo (18,4%) e Mato Grosso (18,2%). A rede municipal de Ensino médio na região urbana de Belém, no Estado do Pará, foi a que apresentou o maior índice de reprovação do País (62,5%), seguida pela rede federal na zona rural de Mato Grosso do Sul (40,3%). No Estado de São Paulo, o índice pulou de 11% para 15,4%, entre 2010 e 2011.
Os Estados com os menores índices de reprovação foram Amazonas (6%), Ceará (6,7%), Santa Catarina (7,5%), Paraíba (7,7%) e Rio Grande do Norte (8%). Os indicadores também mostram que 9,6% dos estudantes da rede pública e privada de Ensino médio abandonaram a Escola - em 2010, a taxa foi de 10,3%; em 2009, ela foi de 11,5%; e em 2008, de 12,8%.
Já na rede pública e privada de Ensino fundamental, o movimento foi inverso ao do Ensino médio. Entre 2010 e 2011, a taxa média de reprovação caiu de 10,3% para 9,6% e o índice de abandono diminuiu de 3,1% para 2,8%, no período. Os Estados com os maiores índices de repetência foram Sergipe (19,5%), Bahia (18,5%), Alagoas (15,2%), Rio Grande do Norte (14,9%) e Rondônia (14,2%). Se forem consideradas apenas as Escolas públicas, as redes de Ensino fundamental da Bahia e Sergipe foram as que registraram os mais altos índices de reprovação do País - 26,6% e 22,5%, respectivamente. Os Estados com as menores taxas foram Mato Grosso (3,6%), Santa Catarina (4,4%), São Paulo (4,9%), Minas Gerais (7,3%) e Goiás (7,6%).

As taxas de reprovação e abandono no Ensino médio divulgadas pelo Inep são mais um sinal de alerta sobre a má qualidade da Educação brasileira. E pelas políticas adotadas até agora, dificilmente esse quadro mudará tão cedo.

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Comentários:


As pessoas ficam culpando ou procurando problemas no Ensino Médio, claro que o Ensino Médio tem vários problemas, mas as causas estão no Ensino Fundamental, como foi apresentado na reportagem “Os Alunos reprovados não conseguem ler, escrever e calcular com o mínimo de aptidão, tendo ingressado no Ensino médio com nível de conhecimento equivalente ao da 5.ª série do Ensino fundamental”.  O que esses alunos aprenderam do 6º ao 9º ano?

Se não precisamos de “Mãe-tigre”, mas precisamos de resultados melhores. Os alunos brasileiros não estão sobrecarregados, estão com o potencial pouco aproveitado. A discussão se as mães devem exigir mais ou não perde o sentido diante de resultados tão ruins. Devemos discutir sobre o que podemos fazer para que o desempenho seja melhor para muitos e não ficarmos com os ótimos resultados de poucos. Para isso, devemos aprender com os alunos que têm ótimos resultados, sejam filhos de “Mãe-tigre” ou não.

Pense no sofrimento desses alunos que no Ensino Médio não conseguem ler, escrever e calcular? Será que foi falta de capacidade ou pouco uso da grande capacidade por muita permissividade?

A "Mãe-tigre", revista Veja "COITADINHO, TÃO ESTRESSADO" e a reportagem do Fantástico

Edição do dia 10/05/2012 - Atualizado em 10/05/2012 19h31

Júlia Lemmertz, Malu Mader e Maria Paula discutem criação rigorosa

A apresentadora Renata Ceribelli se reuniu com as atrizes.
Neste domingo, o Fantástico comemora o Dia das Mães com um animado debate sobre a educação dos filhos. A apresentadora Renata Ceribelli se reúne com Júlia Lemmertz, Malu Mader e Maria Paula e, juntas, elas assistem a trechos do documentário da BBC sobre o polêmico livro “O Grito de Guerra da Mãe-tigre”, escrito por uma mãe radical que cria as duas filhas à moda chinesa.

As atrizes discutem as regras exageradas impostas pela autora e dão suas opiniões e palpites sobre como ter uma boa relação com os filhos e, ao mesmo tempo, impor limites e ter autoridade na hora certa.
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O Fantástico discutiu sobre a forma de educar que consta no livro da "Mãe-tigre". Econtrei um ótimo texto do Cláudio de Moura Castro que saiu na Veja sobre o assunto.

COITADINHO, TÃO ESTRESSADO
Por Cláudio de Moura Castro – Veja 23 de agosto de 2011



“Se há stress entre nossos vestibulando , não é por excesso de dedicação, por horas demais diante dos livros, mas por falta de hábito de estudar”.
 
A Senhora Deborah Stipek se preocupa com o stress dos seus alunos que tentam entrar em universidades hipercompetitivas. Poderiam ser mais felizes e tão bem-sucedidos se fossem para outras com menos nome. Corretamente interpretado, é um comentário pertinente. Contudo, ela é diretora do Departamento de Educação de Stanford e a nota saiu como editorial na revista Science, ambos prestigiadíssimos. Há o risco de ser mal interpretada no Brasil, onde alguns festejam as desculpas para a malandragem. Dito e feito, foi isso que lemos na nossa imprensa.

Entendamos o stress. Sentindo a ameaça de ser comido por uma onça, o corpo reage, reajustando o fornecimento de energia para cada órgão e preparando-se para fuga ou a luta. Hoje há menos perigos físicos, mas a reação é a mesma, diante de uma ameaça, seja o medo de levar bomba na escola ou perder a promoção. Porém, os caminhos do stress são tortuosos (além do que poderíamos explicar aqui). Em primeiro lugar, o que causa stress não é a ameaça em si, mas nossa insegurança de lidar com ela. Pesquisas mostraram baixo stress em advogados defendendo causas difíceis, o qual virava alto stress diante do trânsito engarrafado. Policiais de Los Angeles tomam facas de criminosos, perseguem bêbados na estrada e terminam o dia na delegacia fazendo seu relatório. Supressa! O stress só aparece na delegacia, absolutamente segura. A lógica é cristalina. O advogado passou anos se preparando para lidar como stress dos tribunais, mas não os imponderáveis do trânsito. O mesmo ocorre com o policial. Tomar facas é sua profissão. Escrever um relatório que pode ser criticado por seus superiores é terreno pantanoso.

Em segundo lugar, stress não é necessariamente uma coisa ruim. Pode ser boa. O ato de criação pode ser estressante. Tarefas desafiadoras podem ser estressantes e boas. Portanto, evitar o stress pode significar distanciar-se de realizações. Entrar nas universidades de primeira linha é dificílimo. Mas é nelas que se concentram as melhores cabeças e de onde saem as melhores ideias e inovações. É por isso que ouvimos falar tanto de Harvard ou Stanford. Aliás, a professora Stipek trocaria seus orientandos por outros, de universidades mais fáceis?

Voltando à escola, o stress não tem a ver com o número de horas de estudo ou com a dificuldade do assunto ou sua chatice – mas com a falta de preparação para lidar com isso. Um coreano pode passar doze horas estudando, todos os dias, sem stress, pois é seu hábito. Um brasileiro que estuda dez minutos por dia vai ficar estressado se tiver que estudar meia hora. Uma pesquisa curiosa ilustra a desconexão entre o stress e suas causas. Verificou-se que alunos asiáticos ficavam estressados quando tiravam notas ruins, trazendo a vergonha à família e pondo em jogo sua reputação. Em contraste, americanos ficavam estressados quando tiravam notas boas, pois eram malvistos pelos colegas e xingados de nerds. Sofrer com o stress não é uma fatalidade. A solução é aprender a lidar com ele, como fazem os advogados e policiais citados. Achar que os alunos estão estressados porque estudam demais é parte do cacoete que explica nossos péssimos resultados nos testes internacionais.

Em uma pesquisa que realizei, foi possível notar que os alunos do supletivo dedicavam mais horas à televisão por dia do que ao estudo durante toda a semana. Outra pesquisa mostrou que, quanto mais elevada a série, menos o número de horas de estudos diários – com maior maturidade, deveriam estudar mais. Mesmo às vésperas do vestibular, as horas de preparação são poucas, até no ensino privado. Os números mostram: nossa educação combina uma jornada escolar curta com míseros minutos estudando em casa. É o pior dos mundos.

Previsivelmente, o editorial da Science logo despertou o instinto maternal nos nossos luminares: coitadinhos dos nossos alunos, tão estressados! Mas está errado, se há stress, não é por excesso de dedicação, por horas demais diante dos livros, mas por falta de hábito de estudar. Estressado é quem nunca estudou direito e, de repente, ouve dizer que para passar no vestibular é preciso mudar de vida. A solução não deve ser estudar pouco ou buscar um curso fácil, mas aprender a estudar e aprender a lidar produtivamente com o stress.


Comentários:

Só não pode sair de um extremo como da “Mãe Tigre” exigente e ir para o outro que acontece muito no Brasil no qual a criança estuda muito pouco em casa e o tempo de estudo na escola fica muito abaixo dos países que têm bons resultados no PISA. Além de poucas horas de estudo, tem vários aspectos que devem ser considerados: a qualidade, a concentração, o desempenho e o equlíbrio entre os estudos e outras atividades.
É importante que o grande potencial das crianças não seja desperdiçado. Equilíbrio, respeito às diferenças e desenvolvimento contínuo sem sobrecargas com certeza vão contribuir para que as crianças sejam mais felizes.
E aquelas crianças não têm disciplina, que tiram notas baixas e têm uma autoestima muito baixa, que não conseguem expressar suas ideias nas redes sociais por falta de vocabulário ou capacidade de leitura e escrita...?
Será que elas não sentem falta de uma “mãe um pouco tigre”?

Para recuperar falhas na educação, faculdades ensinam tabuada


A PUCRS conta com o Laboratório de Aprendizagem (Lapren), que oferece aulas de reforço em português e matemática
Foto: Gilson Oliveira/PUCRS/Divulgação

Ao chegar na universidade muitos estudantes percebem que a educação básica falhou. Para impedir que essas deficiências atrapalhem o rendimento dos alunos e façam com que eles desistam dos cursos, algumas instituições de ensino investem em aulas de reforço, que resgatam conteúdos que já deveriam vir assimilados do ensino fundamental, como conhecimento da tabuada e de ortografia.

De acordo com a professora da pós-graduação em Educação da Universidade de São Paulo (USP) Sílvia Gasparian Colello, os espaços de reforço são lugares positivos de aprendizado, porém não podem substituir o papel das escolas. "É como um tapa-buraco, pois é complicado suprir nove anos de ensino fundamental, mais três de ensino médio só com algumas aulas", afirma.
Para o professor da faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Helvécio Aguiar, essa má qualidade da educação básica tem suas raízes na ditadura militar, período de sucessivas reformas na educação, mas sem nenhuma que tenha privilegiado a formação do professor. O especialista diz que o problema não escolhe classe social e aparece em alunos oriundos de escolas públicas e privadas. "A forma de aprovação é um grande problema, porque não aprova nada. O aluno é 'bonzinho' em sala de aula e não incomoda, e isso pode bastar para que ele seja aprovado na escola", critica Aguiar.

Reforço de tabuada e classes gramaticais
Para melhorar o desempenho dos alunos, há três anos a Faculdade Iguaçu, em Capanema (PR), oferece aulas de reforço. Sua base são as disciplinas de português e matemática, nas quais os estudantes encontram mais dificuldade. Entre os conceitos ensinados estão desde conteúdos básicos, como tabuada e classes gramaticais, até interpretação de textos e raciocínio lógico. Qualquer aluno matriculado na faculdade pode assistir às aulas, ministradas aos sábados e que não obrigatórias no currículo.
A diretora acadêmica da instituição, Andreza Piton, afirma que esse espaço não deveria ser frequentado apenas por alunos iniciantes, mas também por aqueles que já estão mais avançados na graduação, pois a atividade resulta em uma melhora no desempenho dos estudantes em sala de aula. "Os alunos começam a responder melhor ao estímulo dos professores, acompanham melhor a aula, o que reflete em menos evasão da graduação", explica.

Aulas de reforço não servem para ensinar todo o conteúdo do ensino médio
Para a coordenadora de ensino e desenvolvimento acadêmico da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Valderez Lima, cada vez mais as universidades precisam estar prontas para auxiliar esse aluno que chega na graduação com um conhecimento que não é o ideal. "As universidades têm o dever de ajudar", salienta. Desde 2009, a PUCRS conta o Laboratório de Aprendizagem (Lapren), que oferece aulas de reforço em português e matemática.
Segundo Valderez, essas aulas não têm papel de substituir o ensino médio, ensinando toda a matéria, mas são eficazes como preenchimento de lacunas na educação do universitário. "Ela serve para completar um aprendizado que não foi bem sucedido. Às vezes, o estudante não estava focado ou até não entendeu a forma como o professor colocou o conteúdo", afirma a educadora.

No curso de Publicidade e Propaganda da Anhembi Campinas, os professores também reconhecem os reflexos do curso de nivelamento na sala de aula. "Os estudantes sempre vêm relatar que ganham mais confiança na hora de escrever, seja na elaboração do texto, seja em aspectos como crase e vírgulas", afirma a professora Denise Lourenço.
Em qualquer graduação, o volume de textos que precisam se lidos costuma ser grande. Em Publicidade e Propaganda, de acordo com Denise, nessas horas, o nivelamento também é eficaz. "Tem muita interpretação de texto. Logo no primeiro semestre, eles têm produção de linguagem publicitária, em que precisam praticar um texto conciso e evitar o senso comum. Para isso, é preciso ter bagagem, aí entram as oficinas", explica

Fonte: Terra-educação
http://noticias.terra.com.br/educacao/noticias/0,,OI5254485-EI8266,00-Para+recuperar+falhas+na+educacao+faculdades+ensinam+tabuada.html#tarticle
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Comentários:
Não tenho dúvida que a falta de base é um grande problema que precisamos resolver. Não adianta o aluno avançar sem os conhecimentos mínimos e sem as habilidades necessárias para aprender os novos conteúdos. Sabemos quais são os pré-requisitos para aprender divisão: adição, subtração e multiplicação, mas os alunos não têm estes conhecimentos prévios.

Também é extremamente fundamental que o aluno tenha capacidade de leitura e interpretação. Isso é básico, mas a maioria dos alunos não consegue desenvolver bem essa capacidade.

Por último, concordo que não é possível recuperar tudo isso com aulas de reforço, como foi dito, não se resolve esses problemas com “tapa-buraco”.

PISA 2012: "As avaliações de 25,7 mil estudantes entre 15 a 16 anos da rede pública e particular de ensino".

Pisa começa provas que irão avaliar mais de 25 mil estudantes brasileiros

Avaliações acontecerão até o dia 30 de maio
Fonte: R7

O Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) começa, nesta quarta-feira (2), as avaliações de 25,7 mil estudantes entre 15 a 16 anos da rede pública e particular de ensino. A avaliação compreende provas escritas de leitura, matemática e ciências.

A avaliação acontecerá até o dia 30. Além das matérias, partes dos alunos passam por testes eletrônicos de leitura e resolução de problemas matemáticos.

O teste internacional é aplicado pela OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) em mais de 60 países e mede as habilidades dos alunos em linguagens, matemática e ciências.

No Brasil, o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) é responsável pelo desenvolvimento e execução do programa. A prova é aplicada a cada três anos.

Na última edição do exame, realizado em 2009, o Brasil ficou na 53º posição entre 65 países, computando uma nota de 412 em língua portuguesa.

Fonte: R7
Comentários:

Será que dessa vez podemos esperar um resultado melhor? Aconteceu algo nos últimos anos que possa dar uma esperança em uma colocação menos humilhante? 

Analistas da OCDE dizem que a educação brasileira tem melhorado, mas o déficit é tão grande que essa melhoria não tendo suficiente para tirar o Brasil dos últimos lugares. Por isso que eu insisto: precisamos fazer uma grande mobilização em todas as redes, inclusive nas redes sociais.  Temos muitos exemplos e sabemos como podemos melhorar a educação, mas precisamos de mais ações do governo e da sociedade. Os governos precisam investir mais e melhor, os professores e gestores precisam buscar o próprio aprimoramento, os pais precisam participar de forma efetiva, as famílias precisam fazer a parte que cabe às famílias na educação que inclui direitos e deveres dos filhos, tais como elogiar, disciplinar, dialogar, impor limites, proporcionar motivos para a ação de aprender.

O que você tem feito? Que tal compartilhar?
Lembre-se: a educação pode ser o caminho mais concreto para combater os "assaltantes dos cofres públicos", pois, sem uma população bem educada, esclarecida e independente, afastamos uns e colocamos outros corruptos, mas não acabamos com a verdadeira corrupção.
Um povo com capacidades e habilidades bem desenvolvidas, sobretudo, de leitura e compreensão, autonomia e independência é um povo livre para decidir sem influência e escolher priorizando o bem coletivo e não os interesses pessoais.  
 

Os equívocos sobre motivação

Os equívocos sobre motivação

"Acho que a coisa mais importante que os pais - e qualquer pessoa - precisam entender é que MOTIVAÇÃO não é algo que uma pessoa faz pela outra. É algo que a pessoa faz por si mesma. desta forma, você precisa encorajá-la a perseguir aquilo que lhe interessa..."

Estava lendo na revista Administradores a entrevista do Daniel Pink, autor de alguns best-sellers influentes e nome constante em publicações como New York Times, Harvard Business Review e Wired.

Embasado nesta e outras leituras e das observações de 16 anos como educador, pensei no seguinte e achei interessante compartilhar com vocês:

Você não motiva a outra pessoa, mas cria as condições para que ela se motive, tais como: ponto ideal de estudo, exemplos nos momentos necessários, dicas, metas, previsão etc. Esses aspectos podem aflorar a motivação, isto é, podem ser MOTIVOS para a AÇÃO.

Evidente que, o que motiva um determinado aluno pode não motivar outro e o que motiva este aluno em determinado momento, pode ser que não o motive em outro. Por isso que dizem que não tem "receita de bolo". O mais importante é conhecer bem o aluno e para isso a observação é um instrumento precioso. E também por isso que é difícil ter alunos motivados na escola, pois é muito difícil para o professor conhecer bem os 30 ou 40 alunos da sala.

No entanto, a literatura especializada é repleta de aspectos que motivam muitos alunos. Motivos que comprovadamente podem despertar a ação (e o interesse) de muitos alunos a exemplo de desafio, elogio ou meta. Embora tenha alguns alunos que podem ficar ansiosos diante de desafios, pois têm medo de errar, geralmente acumulam experiências de “fracasso” e apresentam baixa autoestima. 

Conforme já compartilhei no blog, segundo Maslow, motivação é questão de necessidade e cada indivíduo tem necessidades específicas e em determinados momentos. Um aluno com elevada capacidade e autoconfiança, como alunos adiantados, deseja desafios. Por outro lado, uma criança com baixa autoestima, como muitos alunos novos, precisa de ponto partida fácil, acumular experiências de sucesso e elogios concretos e pontuais. Não adianta falar para este aluno que ele é inteligente e capaz, pois, diante das experiências que teve, dificilmente acreditaria. Diferente de dizer que ele conseguiu por ter se esforçado bastante, pois no exercício 14 + 7 ele errou, analisou, apagou e respondeu certo. Outro exemplo: que errava por não estudava os exemplo e agora que estuda, acertou bastante e vai avançar bem. Para esse aluno seria um desafio muito grande perguntar “quantos alunos tem no total em uma sala de aula que tem 14 meninos e 17 meninas?”. Ele nem sabe fazer direito 14 + 17 e também não apresenta boa capacidade de compreensão. Seria contraproducente para a motivação. Mas como saber disso? Conhecer a criança.  

Talvez, encontremos crianças com tantas experiências de “fracasso” que tenhamos que encontrar motivos para elogiar nas primeiras atividades, como por exemplo, o teste diagnóstico, caso contrário, será mais uma experiência de insucesso em sua vida que poderá marcar a crença em sua capacidade.

Conheço um método que proporciona condições para a realização da maioria dessas necessidades.

Desta forma, o que podem fazer para que o aluno fique motivado para fazer as lições em casa?