Meu filho, você não merece nada

Meu filho, você não merece nada
A crença de que a felicidade é um direito tem tornado despreparada a geração mais preparada
Eliane Brum
   Divulgação
ELIANE BRUM
Jornalista, escritora e documentarista. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem. É autora de Coluna Prestes – O Avesso da Lenda (Artes e Ofícios), A Vida Que Ninguém Vê (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua (Globo).
E-mail: elianebrum@uol.com.br Twitter: @brumelianebrum
Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.

Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia.
Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.

Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.

Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que
a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os insistentes.

Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje. Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade.

É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem devedores. Para
estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal. Mas é possível uma vida sem frustrações? Não é importante que os filhos compreendam como parte do processo educativo duas premissas básicas do viver, a frustração e o esforço? Ou a falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento? Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades individuais?

Nossa
classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam assegurar seu lugar no país.

Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer. De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido. Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”.

Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido. Expressão que logo muda para o emburramento. E o pior é que sofrem terrivelmente. Porque possuem muitas habilidades e ferramentas, mas não têm o menor preparo para lidar com a dor e as decepções. Nem imaginam que viver é também ter de aceitar limitações – e que ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo o que quer.

A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é
: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”? É no passar dos dias que a conta não fecha e o projeto construído sobre fumaça desaparece deixando nenhum chão. Ninguém descobre que viver é complicado quando cresce ou deveria crescer – este momento é apenas quando a condição humana, frágil e falha, começa a se explicitar no confronto com os muros da realidade. Desde sempre sofremos. E mais vamos sofrer se não temos espaço nem mesmo para falar da tristeza e da confusão.

Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias por aí: se a felicidade é um imperativo, o item principal do pacote completo que os pais supostamente teriam de garantir aos filhos para serem considerados bem sucedidos, como falar de dor, de medo e da sensação de se sentir desencaixado? Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo, porque isso seria um reconhecimento da falência do projeto familiar construído sobre a ilusão da felicidade e da completude.

Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém está disposto a escutar, porque escutar significaria rever escolhas e reconhecer equívocos – o mais fácil é calar. E não por acaso se cala com medicamentos e cada vez mais cedo o desconforto de crianças que não se comportam segundo o manual. Assim, a família pode tocar o cotidiano sem que ninguém precise olhar de verdade para ninguém dentro de casa.

Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem – e aos pais caberia garantir esse direito – que tipo de relação pais e filhos podem ter? Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente fora dele? Se a relação está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir.

Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade, o que sabem intimamente que é uma mentira porque a sentem na própria pele dia após dia. É pelos objetos de consumo que a novela familiar tem se desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar, e os filhos simulam receber o que só eles podem buscar. E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o jogo funcionando.

O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma vida inteira, mas se desconhecem. E, portanto, estão perdendo uma grande chance. Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros anunciados.
E mais sofrem porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo. E acreditar que se pode tudo é o atalho mais rápido para alcançar não a frustração que move, mas aquela que paralisa.

Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta, com suas imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que precisam muito de realidade. Com tudo o que a realidade é. Sim, assumir a narrativa da própria vida é para quem tem coragem. Não é complicado porque você vai ter competidores com habilidades iguais ou superiores a sua, mas porque se tornar aquilo que se é, buscar a própria voz, é escolher um percurso pontilhado de desvios e sem nenhuma certeza de chegada. É viver com dúvidas e ter de responder pelas próprias escolhas. Mas é nesse movimento que a gente vira gente grande.

Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando:
“Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”. Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”. Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significa dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita, já que o trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência. É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito.

Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência. De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia. O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a escolha de lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele. E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas vezes. Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua desistência.

Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba.


Li esse texto no começo desta semana coincidentemente quando comecei um curso de Liderança e Gestão de Pessoas no Sebrae. O que não foi coincidência foi a relação entre esse texto e o debate que aconteceu na sala de aula: os conflitos que os líderes precisam solucionar em função do contexto que vivemos com os jovens citados pela jornalista Norma Blum.
Pela análise da brilhante e premiada jornalista, a tendência é enfrentar mais conflitos. Como ela disse que a juventude mais preparada, poderemos ter conflitos benéficos que contribuirão para os resultados da organização, no entanto, se os conflitos forem causados pela incapacidade de lidar com frustrações e dedicar esforços, eles podem prejudicar os resultados da empresa, caso os líderes não atuem.   
Quero muito ler seus comentários...

14ª Edição do Prêmio Victor Civita Educador Nota 10

14ª Edição do Prêmio Victor Civita Educador Nota 10

Quando esse prêmio for tão disputado e divulgado quanto o campeonato brasileiro de futebol ou o concurso de miss Brasil, será o indício que a educação vai melhorar.

http://revistaescola.abril.com.br/premiovc/Prêmio Victor Civita. Vencedores de 2010. Foto: Kriz Knack

Pisa: 22% dos alunos com condições socioeconômicas desfavoráveis têm notas altas

Uma boa notícia e um bom indicativo do "caminho das pedras". Oportunamente escreverei sobre autoconfiança com muito embasamento. Por enquanto, fico com seus comentários após a leitura dessa notícia.
 
21 de junho de 2011

Pisa: 22% dos alunos com condições socioeconômicas desfavoráveis têm notas altas

Mais tempo em sala de aula e autoconfiança são dois fatores que ajudam os estudantes

 
Pisa: 22% dos alunos com condições socioeconômicas desfavoráveis têm notas altas
 
Reprodução


Simone Harnik
Da Redação do Todos Pela Educação
Ao todo 22,1% das crianças e jovens de famílias brasileiras com condições socioeconômicas desfavoráveis conseguem ultrapassar barreiras e ter bom desempenho na escola. A conclusão é da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgada na publicação "Pisa em Foco - 5", com base nos resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa).
Dois fatores que ajudam a vencer dificuldades, de acordo com a OCDE, são o maior tempo aprendendo em sala de aula e a autoconfiança dos estudantes. "Essas descobertas sugerem que as escolas podem ter um importante papel em estimular a perseverança dos estudantes", afirma o relatório. "As instituições de ensino poderiam oferecer mais oportunidades para que os estudantes de famílias mais pobres aprendam em sala de aula, a partir do desenvolvimento de atividades, práticas e métodos de ensinar que encorajem o aprendizado e promovam a motivação e a autoconfiança entre os estudantes de contextos menos favorecidos."
Outra medida que as escolas poderiam adotar, segundo a publicação, é verificar continuamente o aprendizado dos alunos de contextos mais desfavoráveis. "Focar esse monitoramento nos estudantes em desvantagem socioeconômica é crucial, pois eles são os alunos com menos chance de receber apoio em outros lugares, que não a escola".
Entre os países que fazem parte da OCDE, a média de alunos que ultrapassam os obstáculos é de 31%. Ou seja, em países como Portugal, Espanha, Itália, mais estudantes de famílias pobres conseguem ter alto desempenho acadêmico do que no Brasil.

Baixe aqui a planilha com os resultados de todos os países

Acesse aqui a íntegra da publicação "Pisa em Foco - 5" (em inglês)

Sobre a pesquisa
O estudo levou em conta os estudantes que estão entre os 25% com os mais baixos índices socioeconômicos e culturais do Pisa. Nesse grupo, foram selecionados aqueles que obtiveram notas entre as 25% melhores, levando em conta o contexto socioeconômico.
O Pisa, segundo a OCDE, tem como objetivo ajudar os países a verificarem como seus sistemas educacionais estão na comparação global dos quesitos qualidade, equidade e eficiência. Os melhores sistemas educacionais podem servir de inspiração para ajudar os estudantes a aprenderem melhor, os professores, a ensinarem melhor e os sistemas a se tornarem mais efetivos.
A avaliação mede o conhecimento nas áreas de leitura, matemática e ciências, sempre com foco na reflexão e na aplicação em questões da vida prática. Em cada uma das edições, uma das áreas é estudada de maneira mais aprofundada. Na edição de 2006, foi a vez de ciências; na de 2009, de leitura.

EMPRESA ENSINA ATÉ PORTUGUÊS A PESSOAL

A minha conclusão sobre a reportagem abaixo é muito objetiva: a situação é muito séria. O crescimento do país pode parar na falta de trabalhadores com a devida qualificação em função do baixo rendimento na educação básica.
Deixo um questionamento: os trabalhadores que estão no mercado de trabalho hoje estudaram o ensino fundamental no século passado, a maioria estudou entre 1980 e 2000, portanto, a educação tinha uma qualidade muito ruim e agora, segundo o IDEB, melhorou. O que você acha?

Empresa ensina até português a pessoal
Petrobras, Sinduscon e empreiteiras organizam cursos de português e matemática para qualificar mão de obra; na construção civil, cerca de 40% dos trabalhadores formais não terminaram o Fundamental
Fonte: Folha de São Paulo (SP)

CIRILO JUNIOR, DO RIO
GABRIEL BALDOCCHI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O país enfrenta um grande obstáculo na corrida para evitar um apagão de mão de obra: a falta de formação básica, que atrapalha a qualificação dos trabalhadores. Três setores com o problema tiveram de agir para enfrentá-lo.

O Prominp (Programa de Mobilização da Indústria Nacional do Petróleo), criado para ajudar na formação de mão de obra para o setor, começou a recorrer a cursos de reforço Escolar para os candidatos. Em anos anteriores houve dificuldade no preenchimento das vagas devido a falhas na Educação básica dos candidatos.

O assessor de petróleo e gás da diretoria de relações com o mercado da Firjan (federação das indústrias do Rio), Ziney Dias Marques, relata que muitos dos alunos inscritos nos cursos de formação da área não conseguem acompanhar as aulas.

"O maior problema é a formação básica. Boa parte dos alunos deixa a desejar em português e matemática." O setor de telemarketing e de relacionamento ao cliente pediu ajuda ao governo para enfrentar o problema. Os empresários sugerem desoneração da folha para que possam intensificar cursos de Educação básica.

Em uma sondagem da CNI (Confederação Nacional da Indústria) com construtoras, a baixaEscolaridade foi apontada como a segunda barreira para a capacitação, atrás da rotatividade de emprego.

As construtoras Andrade Gutierrez e Even contrataram uma consultoria pedagógica para oferecer formação básica aos funcionários. "A gente não conseguia fazer com que eles completassem a qualificação", diz Camila Del Guercio, gerente da Andrade Gutierrez, que ofereceu os cursos na obra do Rodoanel.

Cerca de 40% dos trabalhadores formais do setor -quase 1 milhão de operários- não completaram o ensino fundamental, segundo levantamento da Cbic (Câmera Brasileira da Indústria da Construção Civil).

O presidente do Sinduscon-SP (sindicato patronal da construção), Sérgio Watanabe, vê dificuldades também em funcionários com fundamental completo. "Identificam as palavras, mas há problemas de entendimento."

O sindicato encomendou uma didática de reforço em português e matemática ao Sesi (Serviço Social da Indústria) para que os empresários pudessem oferecer aos trabalhadores nos canteiros.

Integrante de uma turma, Floresvaldo Silva, 43, espera não precisar mais pedir ajuda a colegas para cálculos e leitura de instruções nas obras. "A gente que não saber ler é como se fosse cego".


Caro Corumbá,

Muito obrigado pela participação no debate! Tenho certeza que você postará importantes contribuições aos debates.
Sobre o referido assunto, claro que concordo com você sobre a abertura de faculdades sem o necessário controle, sobretudo, as faculdades particulares, pois, como mostra o texto, são as faculdades que apresentam os piores resultados.
No entanto, quero focar em outro aspecto: se essas faculdades matriculam, é sinal que tem procura. Esses alunos querem fazer um curso superior e é um direito de qualquer cidadão. Em minha humilde opinião, esses alunos não têm base, ingressaram em uma faculdade de qualidade duvidosa, mas, provavelmente, já tinham problemas no ensino básico. Não vou falar sobre hipóteses, pois uma coisa é certa, temos os casos de alunos que estudaram em algumas dessas faculdades que passaram no exame, o que indica que, embora as faculdades tenham qualidade duvidosa, alunos com boa formação (dedicação, esforço, capacidade de leitura e compreensão etc.) conseguiram. Não quero citar as exceções, mas valorizar a boa formação na educação básica.

Exame de Ordem reprova 88% dos inscritos, segundo OAB

Mais um notícia que evidencia a necessidade de colocarmos a educação como prioridade. Mesmo ponderando as diferentes opiniões abaixo, uma coisa é certa: o resultado é muito ruim. Ainda bem que a OAB realiza o exame e quem não passa não recebe a carteira da Ordem e, consequentemente não pode exercer a profissão. No entanto, como estão os demais profissionais que não são avaliados? E os Administradores, Médicos, Engenheiros, Professores... Eles passaram no exeme das respectivas "ordens" (conselhos)?
E quais são as causas? Ou melhor, quais são as soluções? Conversando com colegas professores de cursos preparatórios para o exame da OAB, eles citam a falta de capacidade leitura e compreensão. Concordo que, entre outros aspectos, é fundamental melhorarmos a capacidade de leitura dos nossos alunos.
O que você acha? Leia o texto abaixo e não deixe de participar deste importante debate.

04/07/2011 17h59 - Atualizado em 04/07/2011 18h41

Exame de Ordem reprova 88% dos inscritos, segundo OAB

De 106.891 candidatos, apenas 12.534 passaram, de acordo com a Ordem.
OAB diz que 81 instituições de ensino superior tiveram aprovação zero.

Fernanda Nogueira Do G1, em São Paulo

Candidatos chegam para exame da OAB em Belo
Horizonte (Foto: Frederico Haikal/Hoje em Dia/AE)
O último Exame de Ordem da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), realizado em dezembro de 2010, reprovou 88,275% dos 106.891 bacharéis em direito inscritos. Do total, apenas 12.534 candidatos foram aprovados, de acordo com a OAB. O índice de reprovação da edição anterior já havia chegado a quase 90%. A prova é realizada pela Fundação Getulio Vargas.
A assessoria da FGV informou que os nomes dos aprovados foram disponibilizados na internet em 19 de junho (confira link ao lado).
Segundo a OAB, outros dados também mostram que o problema é a má qualidade de parte dos cursos de direito. Das instituições de ensino superior participantes, 81 tiveram aprovação zero, de acordo com o secretário-geral da Ordem, Marcus Vinícius Furtado Coelho. "O presidente (da OAB) vai notificar o Ministério da Educação para colocar todas elas em regime de supervisão, que pode levar ao cancelamento", disse Coelho. O MEC registra 1.120 cursos superiores de direito no país. São cerca de 650 mil vagas, segundo a OAB.
“Isso é reflexo, infelizmente, do ensino jurídico do Brasil", disse o presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante. Os candidatos que fazem a prova pela segunda vez têm 7% de aprovação, em média, segundo a OAB. Aqueles que fazem o exame pela primeira vez ou estão no nono e décimo períodos da faculdade (treineiros) têm média de 25% de aprovação.
Presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, diz
que má qualidade de cursos motiva reprovação
(Foto: Wilson Dias/ABr)
De acordo com Cavalcante, um estudo feito por ele com dados dos últimos quatro exames anteriores ao de dezembro de 2010 mostra que as 20 melhores instituições de ensino superior públicas aprovam, em média, entre 70% e 90% dos candidatos inscritos. Nas 20 piores universidades públicas e as 20 melhores universidades privadas, a aprovação média é de 40% a 60%. Já as 20 piores instituições particulares aprovam entre 3% e 5%. “Isso puxa para baixo o número de aprovações. Infelizmente, o maior número de estudantes está nas faculdades privadas”, disse Cavalcante.
Segundo Coelho, um grupo de universidades teve aprovação média de candidatos entre 80% e 90%. De acordo com o secretário-geral da OAB, são elas: Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal do Ceará (UFCE), Universidade Federal do Piauí (UFPI), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e Universidade Federal de Sergipe (UFS). "Isso significa que as boas aprovam quase todos os estudantes na primeira tentativa", disse Coelho.
O presidente da OAB disse que estuda a possibilidade de questionar na Justiça as aprovações de novos cursos feitas pelo Conselho Nacional de Educação “Não podemos conceber que o Conselho Nacional de Educação, fugindo dos parâmentos técnicos, autorize novas vagas”, afirmou.
Com relação às críticas de candidatos à dificuldade do exame, Cavalcante disse que não há reserva de mercado. “A OAB vive exclusivamente da contribuição dos integrantes. Os advogados pagam anuidade. Se tivéssemos dois milhões, teria recursos para desenvolver atividades bem maiores. Temos 700 mil advogados. Para a OAB, seria confortável. Nossa preocupação não se mede pelo número, mas pela qualidade”, disse.
A primeira prova do próximo Exame de Ordem da OAB está marcada para 17 de julho. A segunda fase está prevista para 21 de agosto.

Gênio ou Genialidade: gene ou esforço - qual é o segredo do sucesso?

Todo mundo tem um pouco de gênio!


                 Nós somos escravos dos genes, ao que tudo indica. Calvicie, altura, obesidade. A genética é implacável determinando tudo isto. Será que somos simples combinações de características dos nossos antepassados. Ou existe espaço para grandes mudanças feitas por nós mesmos. No programa ESPAÇO ABERTO-CIÊNCIA & TECNOLOGIA / GLOBO NEWS, apresentado de Washington pelo correspondente Luis Fernando Silva Pinto, teve uma conversa com o jornalísta David Shenk. Em seu último livro ele defende a teoria que nem tudo está escrito nos genes. O nosso DNA, segundo ele, não é capaz de determinar o nosso intelecto. O que nos separa dos gênios. A noção que criatividade é um por cento de inspiração e 99 por cento de transpiração pode ser real?  Uma psicóloga adverte em muitos sistemas de educação os mais capazes são os menos incentivados. Como vemos um músico como Wolfgang Amadeus Mozart em ação, reconhecemos na hora estamos diante de um gênio. Aos cinco anos, o menino austríaco já era um virtuoso no cravo e no violino. E começou a compor as primeiras peças. Até o fim da vida presenteou o mundo com óperas como “Bodas de Fígaro” e “Don Giovanni”.  E o que dizer desses passes de pura magia internizados por um dos maiores gênios do nosso futebol. Será que essa habilidade com a bola veio escrito nos genes de Pelé? Diante do brilho dessas mentes nós, meros mortais, achamos que a genialidade é algo inacansável reservados apenas para quem nasceu genes especiais. A epigenética diz exatamente o contrário e avisa que para ser gênio é preciso trabalhar duro sem ter medo do fracasso. O jornalista David  Shenk compilou e traduziu para a linguagem leiga essas pesquisas no livro “O Gênio em Todos Nós”. E garante que qualquer um pode chegar lá, mas o caminho é longo. A reportagem e a entrevista em inglês (com legendas em português) com o jornalista David Shenk   é de autoria da repórter Sandra Coutinho, de Nova York. E avisa: mas atenção, quem quer ter sucesso precisa aprender a lidar com o fracasso. Uma lição que até os atletas mais consagrados atendem na prática. O dificil é não desanimar e os pais podem (e devem) ajudar nesta caminhada. Mas para largar na frente é preciso é preciso contar com boas escolas. Países com o sistema educacional precário, como o Brasil, saem em desvantagem nessa corrida. O jeito é correr atrás do prejuízo e compensar com criatividade o que a escola não oferece. Nos Estados Unidos, a psicóloga Rena Subotnik examina as várias dimensões da mente do gênio. É uma questão que intriga os cientistas: o que produz gênios? É a capacidade que vem em nossos gens ou é o resultado de muita trabalho. Até hoje ninguém saber com certeza a origem de um desempenho extraordinário. E para a ciência ser gênio vai além de ser mais inteligente do que a média, ou ser capaz de fazer algo que ninguém faz. Há quase uma década, a Dra. Rena Subotnik ajuda a definir as politicas educacionais aplicadas a crianças prodígios na Associação Americana de Psicologia. O primeiro passo para ela é diferenciar os verdadeiros gênios daqueles que conseguem fazer muito, mas apenas em um campo de conhecimento. Herança genética ou esforço pessoal, seja qual for a origem da genialidade, a Dra. Subotnik alerta que os professores precisam aprender a reconhercer os talentos na hora certa. É uma tarefa difícil, principalmente em escolas onde é mais fácil privilegiar desempenho esportivo do que desempenho mental.
Fonte: http://www.bloggravatv24horas.com.br/2011/06/todo-mundo-tem-um-pouco-de-genio.html

Mais informações: http://www.globonews.com.br/
 
 
Por tudo que tem sido pesquisado, muitas pessoas têm dúvidas se o sucesso é fruto da genética ou do esforço. A minha opinião é muito transparente sobre isso. Acredito que as pessoas podem nascer com predisposições genéticas, mas é o desenvolvimento por meio de esforço e dedicação que vai delinear os resultados e, consequentemente, o sucesso. Se a pessoa já nasce com predisposição para ser um gênio em determinada área, com o esforço e a dedicação provavelmente será. Caso não tenha essa predisposição, dedicando-se, talvez não se torne um gênio, mas terá sucesso e será feliz. Portanto, na dúvida se tem a genética de um Mozart, de um Dejanir, de um Cielo ou Neymar... dedique-se!

Do ensino público na periferia à disputa por Harvard, Yale e MIT

Como Dejanir Silva, cujos pais sequer completaram o ensino médio, 70% dos brasileiros que trabalham estão subindo de classe social
Ilton Caldeira, iG São Paulo | 04/07/2011 05:30
Nada menos do que sete, em cada dez brasileiros que trabalham, estão melhorando de vida e subindo de classe social. É o que mostra a pesquisa do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Iesp/Uerj): o percentual, de exatos 67,8% da população economicamente ativa em ascensão, é o mais alto desde que o indicador de estratificação social foi criado, na década de 1970.
Parece exagero? Pois há dez anos, Dejanir Henrique Silva, à época com 17 anos, tinha cerca de 12 vezes menos chances de vir a tornar-se um profissional com boa formação e subir na vida, quando comparado a estudantes das classes A e B. Filho de pais que não haviam sequer concluído o ensino médio, Dejanir nasceu na região do Vale do Paraíba, interior de São Paulo, e foi criado em Mauá, cidade operária na grande São Paulo. Cursou ensino médio e fundamental em escolas públicas de Mauá e Santo André mas, ao invés de completar sua formação numa faculdade privada de segunda linha, acabou sendo aprovado em nada menos que nove ícones do ensino mundial como as universidades americanas de Yale, Columbia, Chicago, Stanford, Harvard e Massachusetts Institute of Technology (MIT).

Leia a matéria na íntegra no link: http://economia.ig.com.br/do+ensino+publico+na+periferia+a+disputa+por+harvard+yale+e+mit/n1597058594479.html

Pois precisamos divulgar mais esse extraordinário exemplo de dedicação, esforço, perseverança e potencial do ser humano. Deveria ser matéria das principais programas da TV que passam na noite de domingo (Fantástico, Record Espetacular e Canal Aberto da Band). Recentemente a Globo News apresentou uma reportagem sobre Genética x Dedicação. É importante mostrar que, independente do fator genético, dedicação sempre proporciona bons resultados, quando reunimos os dois temos os gênios.  Assim acontece nos esportes, nas artes e nos estudos. Infelizmente a mídia destaca bastante os feitos nos esportes e nas artes: Neymar, Ganso, Cielo, Dayane, Sandy etc. E os Dejanir que temos no Brasil?
Já externei os meus sinceros parabéns ao Dejanir e ratifico que ele é um exemplo para todos brasileiros, este feito por meio da dedicação é motivo de grande admiração.

Que tipo de educação você deseja para seu filho?

Diante da situação da educação brasileira resolvi criar este espaço para um debate mais profundo sobre as causas dos problemas e as possíveis soluções. Sou Administrador de Empresas com pós-graduação em Psicopedagogia, lecionei Matemática por mais de 5 anos e atuo em uma empresa multinacional na área de educação desde 1996. Nestes mais de 15 anos de experiência e pesquisa, tenho aprendido na prática com centenas de crianças e com as principais teorias de educação. Aproveitarei esse espaço para externar a minha opinião, mas contarei com as contribuições das interessadas e comprometidas com o desenvolvimento do Brasil por meio da educação.
Conto com você! Para começar, quero conhecer a resposta para a seguinte pergunta:
QUE TIPO DE EDUCAÇÃO VOCÊ DESEJA PARA SEU FILHO?
 O que a sociedade espera da educação neste  novo milênio?