Os prós e os contras das lições de férias em julho
O que é melhor para os alunos nas férias de julho? Atividades para não interromper a aprendizagem ou o puro descanso?

21/06/2012 11:10
Texto
Camilo Gomide
Foto: Dennis M. Ochsner
O ideal é que as lições de férias não sejam chatas, extensas e cansativas
As férias de julho chegaram. É hora daquela parada preciosa para recarregar a bateria e recomeçar em agosto com energia total, certo? Nem sempre. Para algumas escolas, as férias de julho estão incluídas no andamento do ano letivo e, por isso, a aprendizagem não deve ser interrompida. Para essas escolas, uma parada total no mês de julho quebraria o ritmo de estudo e atrapalharia o rendimento dos alunos. Por isso, elas propõem alguns trabalhos, pesquisas e deveres. Mas a pergunta que fica é: dá para conciliar as atividades e o descanso? Essas e outras questões são respondidas nos itens abaixo.

Os professores e os pais que quiserem mandar sugestões de atividades interessantes para fazer nas férias podem escrever para o
educarparacrescer@abril.com.br
As férias de julho surgiram como uma questão trabalhista. É neste mês que os professores tiram os 30 dias de descanso a que todos os profissionais brasileiros têm direito, garantidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Inicialmente, esse recesso acontecia em junho, mas desde a primeira versão da LDB, de 1961, o período foi transferido para o mês seguinte. Em janeiro, os alunos também têm férias, mas os professores passam (ou deveriam passar) o mês fazendo o planejamento do ano letivo que vai começar. "O profissional não pode fazer o planejamento das aulas, organizar seu trabalho e fazer cursos ao mesmo tempo em que dá aulas", diz Maria Ângela Barbato Carneiro, professora da faculdade de Educação da PUC-SP
As férias de julho surgiram como uma questão trabalhista. É neste mês que os professores tiram os 30 dias de descanso a que todos os profissionais brasileiros têm direito, garantidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Inicialmente, esse recesso acontecia em junho, mas desde a primeira versão da LDB, de 1961, o período foi transferido para o mês seguinte. Em janeiro, os alunos também têm férias, mas os professores passam (ou deveriam passar) o mês fazendo o planejamento do ano letivo que vai começar. "O profissional não pode fazer o planejamento das aulas, organizar seu trabalho e fazer cursos ao mesmo tempo em que dá aulas", diz Maria Ângela Barbato Carneiro, professora da faculdade de Educação da PUC-SP.
"Em razão de uma agenda cada vez mais cheia, os alunos estão cada vez mais estressados. Esse distanciamento da escola é muito importante para ajudar aos alunos a refletir melhor", diz Renata Americano, coordenadora geral do Ensino Fundamental da Escola Viva. A parada no meio do ano, portanto, serve pra aliviar a cabeça do aluno e contribui para o aprendizado
Para algumas escolas, as tarefas nesse período têm a finalidade de aquecer os estudantes para o retorno às aulas. Dessa maneira, eles voltam mais ligados no assunto e não perdem o fio da meada. As lições de férias na Escola Castanheiras, na cidade de São Paulo, por exemplo, servem pra que os alunos não se desconectem do conteúdo visto em junho. Como o planejamento da escola é trimestral, o segundo trimestre, que vai de maio a agosto, é interrompido. "Assim o aluno não se esquece daquilo que ele está estudando nesse hiato de 30 dias", diz Debora Vaz, diretora pedagógica da escola. A Escola Viva, também de São Paulo, tem uma visão diferente. Ali, o importante mesmo é o descanso e a parada em julho não compromete o aprendizado dos alunos. "Eles não perdem o fio da meada, principalmente se o assunto for do interesse deles. Quando eles voltam, passam por um período de retomada dos assuntos que não é grande", diz a coordenadora Renata Americano
Em janeiro nunca ocorrem, já que é feita a troca de ano letivo. E o conteúdo muda completamente. Além de os professores mudarem, é claro. "Não faz muito sentido passar lições em janeiro, já que não tem conteúdo novo", diz Renata Americano, coordenadora geral do Ensino Fundamental I da Escola Viva
O ideal é que essas tarefas não sejam chatas, extensas e cansativas. Podem, inclusive, ser bastante divertidas e não atrapalhar o descanso da garotada. Marcos Akiau, professor de ciências e laboratório da Escola Morumbi e do Colégio Rio Branco, em São Paulo, procura elaborar tarefas que despertem o interesse de seus alunos. "Não é sempre que passo atividades de férias para meus alunos. Quando decido fazê-lo, procuro desenvolver algum projeto que preencha alguns quesitos: a) Ser interessante ao aluno b) Dar aos alunos algum tipo de "prazer em fazer" c) Ser diferenciado das lições convencionais d) Estar ligado aos conteúdos programáticos e) Ter utilidade futura" Com isso o professor Marcão, como é chamado, garante que seus alunos se empolgam com os trabalhos de férias. "Assim como eu", completa
As lições de férias não devem sobrecarregar o aluno e atrapalhar seu descanso. A Escola Castanheiras, por exemplo, que sempre passa tarefas nas férias de julho, procura dosar a quantidade de exercícios. "Os trabalhos devem tomar apenas um dia das férias. Ou, se o aluno preferir, pode se dedicar à uma hora e meia por dia durante uma semana. É muito importante que as férias sejam de lazer e ócio. Esse resgate só precisa ser feito no finalzinho.", explica Debora Vaz, diretora pedagógica da escola

Comentários:
Excelente matéria! Seria muito se os pais tivessem acesso e refletissem sobre o período de férias. Criou-se um mito que os alunos estão sobrecarregados por conta dos estudos e devem descansar nas férias. Como foi dito no texto, as férias são necessárias para que os professores tirem férias do trabalho. Não se tira férias do aprender. Aprende-se sempre. Deve tirar férias do que é chato e o estressante. O estudo bem dosado é estimulante. Será que o nosso cérebro requer essa parada nas atividades acadêmicas e depois ritmo acelerado? Ouvi e li comentários de vários neurocientistas e é quase uma unanimidade que o cérebro se molda ao estilo de vida do indivíduo e precisa de uso contínuo e equilibrado.  
Por falar em bem dosado, não vamos resolver o estresse dos alunos ("Em razão de uma agenda cada vez mais cheia, os alunos estão cada vez mais estressados”) com as férias dos estudos, mas ajustando a agenda nos meses de aulas priorizando os estudos com o devido equilíbrio.
Dedicar 30 ou 40 minutos nas férias não limitar as brincadeiras e o descanso. Tirar mais alguns minutos para ler um bom livro também estragar o lazer. Além de tudo, os benefícios no retorno das férias serão maravilhosos para os alunos e professores.   
    Geralmente os artigos sobre aproveitamento do período de férias para as atividades acadêmicas são publicados antes das férias, mas intencionalmente estou divulgando esse texto no retorno das férias para que seja feita uma análise sobre os efeitos deste período no desempenho dos alunos: como voltaram os alunos? Como estão os alunos que ficaram sem nenhuma atividade de estudo e como estão aqueles que estudaram 30 minutos por dia? Quem vai ter um segundo semestre com mais sobrecarga?


A Era do Administrador?

 

Retirado do blog:
http://blog.kanitz.com.br/a-era-do-administrador-.html

A Era do Administrador?
Por que os Estados Unidos são o país mais bem-sucedido do mundo?
Porque são um país que resolveu o problema da miséria e da estagnação econômica, ao contrário do Brasil?
O segredo americano, e que você jamais encontrará
em nenhum livro de economia, é que os Estados Unidos
são um país bem administrado, um país administrado por profissionais.
Dezenove por cento dos graduados de universidades americanas são formados em administração.
Administração é a profissão mais frequente, e portanto a que dá o tom ao resto da nação.


Engenheiros fazem MBA, advogados fazem MBA, economistas como Michael Porter fazem MBA, o que os tornam pessoas que conseguem tirar projetos do papel.
Como eles se encontram finalmente juntos numa sala da aula, criam empresas das mais variadas, do que escritorios de advocacia, consultorias de economia, e escritórios de engenharia.
Infelizmente, o Brasil nunca foi bem administrado.
Sempre fomos "administrados" por profissionais de outras áreas, desde nossas empresas até o governo.
Até recentemente, tínhamos somente quatro cursos de pós-graduação em administração, um absurdo!
De 1832 a 1964 a profissão mais frequente no Brasil era a de advogado, e foi essa a profissão que exerceu a maior influência no país.
Tanto que nos deu a maioria de nossos presidentes até 1964.
A revolução de 1964 acabou com a era do advogado e a legalidade.
A maioria dos advogados, engenheiros, sociológos e administradores se recusaram a colaborar com a Ditadura Militar e infelizmente fomos traídos pelos economistas, que assumiram a maioria dos postos da ditadura. Fazenda, Planejamento, Banco Central, BNDES, e conseguiram quase monopólio que dura até hoje.
Nos próximos dez anos achei que tudo isto lentamente mudaria. O Brasil já tem 2.300 cursos de administração, contra 350 em 1994.
Estamos logo depois dos Estados Unidos e da Índia.
Administração já é hoje a profissão mais frequente deste país, com 18% dos formandos.
Antes, nossos gênios escolhiam medicina, direito e engenharia. Agora escolhem medicina, administração e direito, nessa ordem.
Há dez anos tínhamos apenas 200.000 administradores, e só 5% das empresas contavam com um profissional para tocá-las.
O resto era dirigido por "empresários" que aprendiam administração no tapa. Como o Sandoval do Panamericano e seu livro "Aprendendo Fazendo". O custo de aprendizado quebrou o banco.
Por isso, até hoje 50% das empresas brasileiras quebram nos dois primeiros anos e metade de nosso capital inicial vira pó. E por isto os juros são caros, a inadimplência é elevada.
O que o aumento da participação dos administradores na gestão das empresas significará para o Brasil?
Uma nova era que poderia ser muito promissora.
Finalmente poderíamos ser administrados por profissionais, e não por amadores.
Daqui para a frente, 75% das empresas poderiam não quebrar nos primeiros quatro anos de vida, e nossos investimentos poderiam gerar empregos, e não falências.
Em 2011, teremos 2 milhões de administradores formados, e se cada um empregar vinte pessoas haverá 40 milhões de empregos novos. Será o fim da exclusão social.
Administradores nunca foram ouvidos por políticos e deputados nem concorriam a cargos públicos.
A maioria dos nossos ministros e governantes aprendiam administração no próprio cargo, errando a um custo social imenso para a nação.
Foi-se o tempo em que o mundo era simples e não havia necessidade de ter um curso de administração para ser um bom administrador.
Não quero exagerar a importância dos administradores, mas somente lembrar que eles são o elo que faltava.
Ordem não gera progresso, estabilidade econômica não gera crescimento de forma espontânea, sempre há a necessidade de um catalisador.
Não será uma transição fácil, pois as classes dominantes não aceitam dividir o poder que têm. Os economistas não vão largar o poder de 50 anos to fácil. Tivemos dois economistas como candidatos em 2010, teremos mais dois economistas candidatos em 2014, Aécio e Dilma.
Administradores têm pouco espaço na imprensa para defender suas ideias e soluções.
Em pleno século XXI, eu era um dos raros administradores com uma coluna na grande imprensa brasileira a Veja, e mesmo assim mensal, e foi por pouco tempo. Fui substituido por um economista que deixou o governo com 10.000% de inflação anual.
Peter Drucker desde 1950 tinha uma coluna semanal em dezenas de jornais americanos, ele e mais trinta gurus da administração.
Administradores têm outra forma de encarar o mundo.
Eles lutam para criar a riqueza que ainda não temos.
Economistas e intelectuais lutam para distribuir a pouca riqueza que conseguimos criar, o que só tem gerado mais impostos e mais pobreza.
Se esses 2 milhões de jovens administradores que vêm por aí ocuparem o espaço político que merecem, seremos finalmente um país bem administrado, com 500 anos de atraso.
Desejo a todos coragem e boa sorte. A oposição será enorme, e não somente dos economistas.
Tem muita gente interessada num país mal administrado, onde é mais facil corromper e ser corrompido.

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Comentários:
Advogados, engenheiros, sociólogos, economistas, médicos e administradores, todos eles dependem dos educadores, por isso que sou ótimo administrador, mas estou buscando ser um excelente educador. Falta muito, mas com dedicação e muito estudo chegarei lá!

O Grande Problema da Internet e da Democracia

Postado: Sat, 14 Jul 2012 12:12:40 -0300
A internet tem sido aclamada como um grande avanço para a democracia.
De fato, nunca tantos puderam manifestar as suas opiniões, antes seara exclusiva de alguns poucos editorialistas de jornais e colunistas famosos.
Mas eis que surge um problema.
Temos agora opiniões demais, cada um opinando sobre tudo em blogs, twitter e Facebook, e pouco consenso ou progresso de soluções.
A verdade é que não queremos a opinião dos outros.
Eu não quero a sua opinião. O que eu quero é dados novos que eu não tenho que possam mudar a MINHA opinião.
O que eu quero é uma outra forma de analisar o problema que eu não havia pensado ainda e que me faça MUDAR de opinião, já que eu não quero ter opinião errada sobre coisas importantes.
Se todos fizessem isto, lentamente as nossas "opiniões" se aprimorariam e convergiriam para uma solução de consenso e inteligente.
Mas o que vemos é justamente o contrário.
Opiniões mal construídas, com poucos dados ou até dados falsos, normalmente recheadas de ideologia ou melhor pré-conceitos.
De tantas "opiniões", jamais chegaremos a um consenso e teremos uma solução para os problemas mundiais.

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Caro leitor,
A democracia deve ou deveria ser algo para o bem de todos, não se trata apenas de abrir ou espaço, mas abrir espaço para sinergia, agregar ideias, enfim, construir algo melhor. Este foi pensamento ao criar este espaço e por isso está aberto às contribuições.
Leitor anônimo gostaria muito de dialogar com você, pois sinto que aprenderei muito, mas acredito que podemos fazer essa comunicação por e-mail – ednaldo.ri@oi.com.br – responderei os questionamentos e refletirei com atenção aos comentários e contribuições.
Indico o excelente blog:

Pesquisas revelam a relação sobre o desempenho escolar e o comportamento humano

A educação que forma indivíduos para os novos desafios do século XXI - Parte 3

Na Parte 2 deste tema apresentamos os pensamentos do professor Toru Kumon sobre a relação entre  o desenvolvimento da capacidade e o aprimoramento do caráter e ele disse que deveriam fazer uma pesquisa. 
"Deveriam fazer um estudo estatístico para verificar o quanto uma orientação intelectual é benéfica à formação do caráter. Verifiquemos o modo de ser de dois adultos: um que recebeu uma formação intelectual e outro que não a teve suficientemente. Verifiquemos se essa orientação intelectual precoce exerceu influência negativa sobre a sua índole.
Há uma estreita relação entre as pessoas que tiveram formação intelectual precoce e as que têm uma boa índole. Mas, normalmente, vemos ser generalizados os poucos casos de pessoas inteligentes e com má índole". Toru Kumon
A pesquisa foi feita e os resultados são bem consistentes sobre essa relação. Veja a seguir:

O Projeto Atenção Brasil (PAB) tem como objetivo principal revelar um retrato da Saúde Mental de crianças e adolescentes brasileiros, de forma a identificar fatores de risco e proteção que viabilizem medidas de prevenção e intervenção. Foi idealizado por pesquisadores do Instituto Glia em colaboração com outros pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (SP), da Universidade La Sapienza (Roma) e do Albert Einstein College of Medicine (EUA).
O PAB teve como base de dados um amplo levantamento nacional em que foram entrevistados pais e professores de 9.149 crianças e adolescentes das cinco regiões do país, 16 estados e 81 cidades brasileiras, sendo 43 delas de porte pequeno (até 100 mil habitantes), 20 de porte médio (entre 100 e 500 mil habitantes) e 18 de grande porte (mais de 500 mil habitantes), 11 delas capitais.
O estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (SP) e consentimentos pós-informados foram obtidos do diretor da instituição de Ensino e dos pais ou responsáveis.

 
Comparação entre os que apresentam baixo e alto desempenho escolar
As crianças e adolescentes com baixo desempenho escolar apresentam maior número de dificuldades (46,7% versus 18,1% das crianças com alto desempenho escolar), mais sintomas emocionais (46,3% versus 29,4%), mais problemas de conduta (45,2% versus 21,2%), mais
hiperatividade e desatenção (32,7% versus 10,5%), mais problemas com colegas (37,9% versus 19,4%) e pior comportamento social (10% versus 3,5%). O impacto dessas dificuldades é expressivamente maior nas crianças e adolescentes com baixo desempenho escolar do que nas crianças com alto desempenho escolar (25,6% versus 5,6%), portanto, apresentam maior risco de transtornos mentais (risco 4,8 vezes maior).
Um maior percentual de crianças com baixo desempenho escolar: “são inquietas e hiperativas”, “queixam-se de dor de cabeça”, “apresentam acessos de raiva e birras”, “são solitárias e preferem brincar só”, “brigam com outras crianças”, “parecem tristes, deprimidas ou chorosas”, “distraem-se com facilidade”, “ficam nervosas ao enfrentar situações novas”, “mentem ou enganam”, “furtam”, “relacionam-se melhor com adultos”, “são perseguidas por outras crianças” e “têm muitos medos e assustam-se com facilidade”.
Um maior percentual de crianças e adolescentes com alto desempenho escolar: “têm consideração pelos sentimentos de outras pessoas”, “tem boa vontade de compartilhar”, “são obedientes”, “são prestativas com alguém que parece magoado”, “têm um bom amigo”, “são queridas por outras crianças”, “são gentis com as crianças mais novas”, “se oferecem para ajudar outras pessoas”, “pensam antes de agir” e “completam as tarefas que começam”.

Crianças que reflitam sobre “como devem viver”. Prof. Kumon


A educação que forma indivíduos para os novos desafios do século XXI - Parte 2
O professor Toru Kumon pensou muito sobre a educação que aprimora o caráter e com sua vasta experiência no desenvolvimento dos alunos nos deixou observações valiosas para esse novo século.
Não deixe de ler, sobretudo, as partes em destaque e aguarde a pesquisa recente sobre o desempenho acadêmico e a formação da personalidade.
("...") Crianças que reflitam sobre “como devem viver”.
A nossa grande meta está, sem dúvida, em “Descobrir o potencial de cada indivíduo, desenvolvendo-lhe as habilidades ao máximo limite, formando assim pessoas responsáveis e mentalmente sãs, que contribuam para a comunidade global”. Para isso, é importante que avancem além da série escolar. Vemos que os alunos três ou mais anos adiantados aprimoram também o seu caráter de modo brilhante.
Acredito que o resultado de avançar além da série escolar e desenvolver um caráter brilhante é mais fácil de ser alcançado por meio do estudo da Língua Pátria do que da Matemática, porque com a elevada capacidade de leitura e conhecimento da Língua Pátria, é possível conhecer amplamente a vida e a sociedade. Isso é o que consideramos uma educação que aprimora o caráter.
O mérito da campanha em prol da leitura está no fato de possibilitar, concretamente, o aprimoramento do caráter ao qual objetivamos. Durante o Encontro de Orientadores do ano passado (1987), perguntei se o fato de pré-escolares se tornarem capazes de resolver equações implicaria mesmo no aprimoramento do
caráter e obtive concordância de um grande número de orientadores. Aqui, é preciso acrescentar um comentário: será muito difícil o pré-escolar avançar até equações se não tiver, como premissa, uma grande capacidade em Língua Pátria.
Em outras palavras, significa que o pré-escolar pode avançar a equações somente depois de desenvolver a sua habilidade na Língua Pátria. Por isso, dizemos que formar pré-escolares capazes de resolver equações implica em aprimorar o caráter.
Resumindo novamente o que seria a educação para o aprimoramento do caráter, penso que seria formar crianças capazes de pensar sobre “como devem viver”.
PARA DESENVOLVER UMA PERSONALIDADE PLENA
A FORMAÇÃO INTELECTUAL ADEQUADA CONSTRÓI O CARÁTER
Há pessoas que privilegiam a formação do caráter em prejuízo de uma formação intelectual na tenra idade. Como resultado, muitos pais hesitam quanto ao tipo de educação que devem fornecer a seus filhos, ainda que no seu íntimo desejem que as crianças cresçam inteligentes.
Deveriam fazer um estudo estatístico para verificar o quanto uma orientação intelectual é benéfica à formação do caráter. Verifiquemos o modo de ser de dois adultos: um que recebeu uma formação intelectual e outro que não a teve suficientemente. Verifiquemos se essa orientação intelectual precoce exerceu influência negativa sobre a sua índole.
Há uma estreita relação entre as pessoas que tiveram formação intelectual precoce e as que têm uma boa índole. Mas, normalmente, vemos ser generalizados os poucos casos de pessoas inteligentes e com má índole.
Talvez esta visão esteja vinculada a uma certa inveja que se tem de pessoas com boa formação intelectual.
Há quem espera que os filhos dos outros não estudem e há os que chamam de superprotetoras as mães daqueles alunos que vão bem na escola.
Com uma formação intelectual adequada, há também o desenvolvimento do caráter. Não são raros os casos de crianças que freqüentam o Kumon e, na medida em que se desenvolvem intelectualmente, tornam-se mais bondosas, mais gentis e ganham reserva de capacidade.
O AUTODIDATISMO PROMOVE A ELEVAÇÃO DO CARÁTER
No Kumon, graças ao material programado, a criança estuda de acordo com sua capacidade e de forma autodidática. Assim, apreende o conhecimento de forma efetiva e, além de desenvolver o hábito de estudo, aprende a ser independente.
Neste processo, o aluno, sem perceber, ultrapassa o nível de sua série escolar em dois ou três anos. Este aluno, então, que cresceu com reserva de capacidade, é espiritualmente sereno e tem um coração solidário.
Por outro lado, ele tem condições intelectuais para ler livros de conteúdos complexos, com os quais pode emocionar-se ou sobre os quais pode refletir. Como resultado, passa a pensar da seguinte forma: “O que posso fazer em benefício da sociedade? O que deve ser feito? Como devo agir?”.
Repito: uma elevada e adequada formação intelectual não se contrapõe à moral.

A educação que forma indivíduos para os novos desafios do século XXI - Parte 1


A educação para o século XXI

A educação que forma indivíduos para os novos desafios do século XXI

O que a educação deve desenvolver nas crianças no século XXI para que elas sucesso e sejam felizes?

Resumidamente podemos dizer que a educação de excelência neste novo século deve ser uma educação para o aprimoramento do caráter e o desenvolvimento de Competências.

A Competência passa pelo desenvolvimento de três aspectos fundamentais o famoso CHA – Conhecimento, Habilidade e Atitude. Essa definição bastante usada nas organizações é ampla e pode ser usada em educação, pois contempla vários aspectos que contribuirão para que o aluno tenha sucesso na escola e no trabalho e a felicidade na vida. 

O Conhecimento faz parte da formação acadêmica, o conhecimento teórico. A Habilidade está relacionada ao aspecto prático, aos exercícios e ao domínio do conhecimento. A Atitude é a externalização dos valores, dos e sentimentos e do comportamento humano.

Então, ser Competente é alguém que sabe o que fazer (know-what), o como fazer (know-how) e o porquê fazer (know-why). Em outras palavras podemos dizer que não é competente a pessoa que tem conhecimento sobre problemas com equações, mas não sabe como resolver (não desenvolveu a habilidade) ou então não tem a atitude de usar esse conhecimento para resolver os problemas.

Podemos analisar várias situações do cotidiano em relação ao CHA da competência, por exemplo, eu sei muito bem como pegar a bola, driblar vários jogadores e fazer o gol, mas não tenho habilidade para fazer isso, não treinei, não exercitei o suficiente. Já o jogador Ronaldinho conhece como poucos, tem habilidade para fazer isso muito acima da média, mas, em muitos momentos, falta-lhe a atitude para fazer.

Ser competente significa proporcionar resultados si e para a sociedade.   

Conhecimento: o SEBRAE tem um slogan muito verdadeiro: “Quem tem conhecimento vai pra frente”. Este slogan é dedicado ao mundo empresarial, mas será que não pode ser aplicado às pessoas?

Para ser um ótimo profissional é necessário que o colaborador tenha conhecimento sobre várias áreas. Para viver bem é fundamental ter conhecimento sobre como funciona a sociedade, os direitos, deveres etc. Ter conhecimento como as coisas foram no passado e como acontecem nas diferentes partes do mundo para ter uma previsão sobre como pode acontecer no futuro.

No entanto, como disse Peter Drucker, vivemos na Era do Conhecimento. O conhecimento aumenta em uma velocidade praticamente exponencial. Assim, para viver bem nesta era, o mais importante não é acumular conhecimento, mas é saber buscar o conhecimento, isto é, aprender a aprender.    

Reflexão sobre o Ensino e a Aprendizagem

O título da postagem anterior é "Competência para ensinar", mas tenho pensado muito sobre como ensinamos e como as crianças aprendem e se não seria melhor "Como desenvolver competência para aprender".  Depois de conhecer a obra dos prof. Toru Kumon, os pensamentos do prof. Joseph Jacotot e as descobertas da neurociência não há como não refletir profundamente sobre o que fazemos na educação.
O aluno precisa de professor ou de orientador para aprender? Será que os alunos não seriam capazes de aprender por meio da autoinstrução?
Os alunos do prof. Jacotot aprenderam conteúdos de disciplinas que ele não era graduado ou especialista. O Prof. Jacotot foi o orientador dos estudos. Os alunos do Kumon aprendem e dominam matemática tão bem e apresentam excelentes resultados em exames e olimpíadas de matemática em assuntos que aprenderam pela autoinstrução.
Observe esse relato que saiu na última revista Cálculo Especial:
“Uma vez, um aluno tinha de executar a conta 1,5 x 32, e ele escreveu 32 + 16 = 48. A professora considerou o resultado errado! Ela não percebeu a criança tinha somado ‘uma vez 32’ com ‘meia vez 32’. A situação era simples, mas se revelou sofisticada demais para a professora, que não estava acostumada a raciocínios fora do padrão” diz Marcelo Lelis, autor de livros didáticos sobre matemática.
Fonte: Revista Cálculo edição especial 1 ano 2

Pelo visto, o professor pode ajudar, mas também pode atrapalhar. Não deixe de ler o livro O Mestre Ignorante de Jacques Ranciere que discorre sobre o pensamento do prof. Joseph Jacotot (tem comentários postados neste blog) e não deixe de conhecer e observar alunos que fazem Kumon  do 1º Ano do Ensino Fundamental resolvendo frações ou equações e alunos do 9º ano do Ensino Fundamental resolvendo cálculos com derivadas e integrais. Você vai refletir sobre o processo de aprendizagem e sobre o potencial das crianças.

Competência para ensinar

Um colaborador anônimo deu uma importante contribuição para as discussões neste blog sobre educação, formação, competência e  exercício da profissão por pessoas formadas na área (ainda não foi publicado por conta da forma e não do conteúdo). Muito obrigado!

Concordo que precisamos ter profissionais com formação na área de atuação e, minha opinião como educador e administrador em busca da excelência, que sejam, sobretudo,  competentes.

Sou formado em Administração de Empresas e estudei Cálculo (limites, funções, derivadas e integrais) na graduação, mas já havia estudado no Ensino Médio na Escola Técnica Federal da Bahia – ETFBa, no curso de Técnico em Eletrônica, pois é necessário saber cálculo para entender os gráficos, por exemplo, da carga de um capacitor e desenvolver circuitos úteis à eletrônica e à informática.

Para ingressar na empresa que trabalho, o domínio de matemática foi fundamental, ou melhor, foi decisivo. O processo para duas vagas tinha mais de 30 candidatos e quase todos da área de exatas (matemáticos, engenheiros etc.), pois o anuncio no jornal A Tarde em junho de 1996 solicitava pessoas formadas na área de exatas, pois teria prova de matemática. Liguei para a filia desta empresa em BH e perguntei se administrador não podia participar do processo e a recepcionista disse que poderia, contanto que tivesse domínio de matemática. Eu fui e só duas pessoas passaram na prova de matemática: eu e um professor de matemática (um cara “fera” em matemática e física). Depois soubemos que eu errei uma questão e ele duas. Em função disso ele me convidou para substituí-lo em algumas classes e confessou que pela primeira vez encontrou alguém que teve um desempenho melhor que o dele e por isso estava indicando para a diretora.

Embora tenha feito de curso de Docência do Ensino Superior e, além do ótimo domínio de matemática e boa didática, para que a escola me contratasse eu tive que obter uma autorização para ensinar matemática na Secretaria de Educação da Bahia. A responsável da SEC da Bahia analisou meu histórico escolar e deu a referida autorização.
Por que será que a SEC estava autorizando para que profissionais de outras áreas pudessem “socorrer” e lecionassem matemática? Pela falta de professores de matemática.
Por que isso acontecia ou ainda aconteça?
Será que por causa da pesquisa abaixo divulgada neste mês (julho de 2012)?

Apenas 1 em cada 4 brasileiros domina leitura, escrita e matemática, segundo pesquisa

Sou que tem uma pesquisa na Universidade Estadual de Londrina mostrando que muitos professores que ensinam matemática não têm domínio da disciplina que leciona, isto é, ensinam matemática, mas não dominam os cálculos.
Para  mudar de assunto sobre currículo na área de educação, fiz o curso de Psicopedagogia Institucional de 360 horas na Universidade da Amazônia – UNAMA (na última disciplina mudei de região e não pude concluir), depois fiz e concluir o curso de Psicopedagogia Institucional e Clínica de 720 horas na Universidade Filadélfia – UNIFIL e este ano comecei o Mestrado em Educação pela USAL em Buenos Aires.
O currículo e a formação são fundamentais, no entanto, como administrador tenho certeza que o mais importante é o resultado na educação do aluno. Infelizmente têm muitos profissionais formados em faculdades que não formam ninguém. Um prova disso são os cursos que têm exames como a OAB em apenas 25% dos bacharéis recebem a autorização para exercício da profissão e 75%? O que será que aconteceria se tivesse tal avaliação para administradores, médicos e professores de matemática???

A contribuição do anônimo foi no tópico sobre autoestima e formação do jovem “Eu me acho” e gostaria de postar aqui a contribuição sobre o que ele pensa e como avalia o efeito da matemática e a autoestima.

Ah! Juntando os dois assuntos professor de matemática e educação, acredito que todos os educadores deveriam ter formação em psicopedagogia e mais conhecimento de didática, além, é claro, dominar o conteúdo que ensina.

Um adendo: minha pesquisa para a monografia foi sobre Motivação para matemática: Emoções e atribuições de causalidade.

APENAS 1 EM CADA 4 BRASILEIROS DOMINA LEITURA, ESCRITA E MATEMÁTICA, SEGUNDO PESQUISA

Por que a educação moderna criou adultos que se comportam como bebês

Saiba como enfrentar esse problema e incentivar a autoestima de crianças e adolescentes na medida certa

EDUCAÇÃO –  Revista Época 13/07/2012
CAMILA GUIMARÃES E LUIZA KARAM, COM ISABELLA AYUB

Os alunos do 3º ano de uma das melhores escolas de ensino médio dos Estados Unidos, a Wellesley High School, em Massachusetts, estavam reunidos, numa tarde ensolarada no mês passado, para o momento mais especial de sua vida escolar, a formatura. Com seus chapéus e becas coloridos e pais orgulhosos na plateia, todos se preparavam para ouvir o discurso do professor de inglês David McCullough Jr. Esperavam, como sempre nessas ocasiões, uma ode a seus feitos acadêmicos, esportivos e sociais. O que ouviram do professor, porém, pode ser resumido em quatro palavras: vocês não são especiais. Elas foram repetidas nove vezes em 13 minutos. “Ao contrário do que seus troféus de futebol e seus boletins sugerem, vocês não são especiais”, disse McCullough logo no começo. “Adultos ocupados mimam vocês, os beijam, os confortam, os ensinam, os treinam, os ouvem, os aconselham, os encorajam, os consolam e os encorajam de novo. (...) Assistimos a todos os seus jogos, seus recitais, suas feiras de ciências. Sorrimos quando vocês entram na sala e nos deliciamos a cada tweet seus. Mas não tenham a ideia errada de que vocês são especiais. Porque vocês não são.”

O que aconteceu nos dias seguintes deixou McCullough atônito. Ao chegar para trabalhar na segunda-feira, notou que havia o dobro da quantidade de e-mails que costumava receber em sua caixa postal. Paravam na rua para cumprimentá-lo. Seu telefone não parava de tocar. Dezenas de repórteres de jornais, revistas, TV e rádio queriam entrevistá-lo. Todos queriam saber mais sobre o professor que teve a coragem de esclarecer que seus alunos não eram o centro do universo. Sem querer, ele tocara num tema que a sociedade estava louca para discutir – mas não tinha coragem. Menos de uma semana depois, McCullough fez a primeira aparição na TV. Teve de explicar que não menosprezava seus jovens alunos, mas julgava necessário alertá-los. “Em 26 anos ensinando adolescentes, pude ver como eles crescem cercados por adultos que os tratam como preciosidades”, disse ele a ÉPOCA. “Mas, para se dar bem daqui para a frente, eles precisam saber que agora estão todos na mesma linha, que nenhum é mais importante que o outro.”

A reação ao discurso do professor McCullough pode parecer apenas mais um desses fenômenos de histeria americanos. Mas a verdade é que ele tocou numa questão que incomoda pais, educadores e empresas no mundo inteiro – a existência de adolescentes e jovens adultos que têm uma percepção totalmente irrealista de si mesmos e de seus talentos. Esses jovens cresceram ouvindo de seus pais e professores que tudo o que faziam era especial e desenvolveram uma autoestima tão exagerada que não conseguem lidar com as frustrações do mundo real. “Muitos pais modernos expressam amor por seus filhos tratando-os como se eles fossem da realeza”, afirma Keith Campbell, psicólogo da Universidade da Geórgia e coautor do livro Narcisism epidemic (Epidemia narcisista), de 2009, sem tradução para o português. “Eles precisam entender que seus filhos são especiais para eles, não para o resto do mundo.”
Em português, inglês ou chinês, esses filhos incensados desde o berço formam a turma do “eu me acho”. Porque se acham mesmo. Eles se acham os melhores alunos (se tiram uma nota ruim, é o professor que não os entende). Eles se acham os mais competentes no trabalho (se recebem críticas, é porque o chefe tem inveja do frescor de seu talento). Eles se acham merecedores de constantes elogios e rápido reconhecimento (se não são promovidos em pouco tempo, a empresa foi injusta em não reconhecer seu valor). Você conhece alguém assim em seu trabalho ou em sua turma de amigos? Boa parte deles, no Brasil e no resto do mundo, foi bem-educada, teve acesso aos melhores colégios, fala outras línguas e, claro, é ligada em tecnologia e competente em seu uso. São bons, é fato. Mas se acham mais do que ótimos.

Comentários:

O grande problema nas mudanças é a falta de equilíbrio. Antes tínhamos os pais extremamente autoritários que exageravam no “não é capaz”, “não consegue”, “não pode”, depois vieram os pais demasiadamente permissivos que não impõem limites aos filhos e fazem todas as vontades para não frustrá-los, inclusive, enaltecendo e elogiando sem o devido merecimento.

O equilíbrio consiste em colocar limites, educar com base em direitos e deveres e elogiar o esforço, pois, mesmo que a criança não consiga saberá que foi importante o esforço e a dedicação, aprendendo que o erro ou um resultado negativo faz parte do processo e que com esforço e perseverança conseguirá. A frustração acontecerá, mas não o derrotará.

Para elogiar é preciso levar em conta três aspectos importantes:

1.       Elogio ao esforço:
Um professor de matemática Toru Kumon disse que elogiou um aluno que tirou nota zero em tres provas. Na primeira vez o aluno entregou em branco, na segunda, errou tudo, mas tentou responder todas as questões e o professor elogiou o esforço para tentar resolver todos os problemas.

2.       Elogio verdadeiro:
O elogio sem fundamento é contraproducente, pois o aluno terá uma sensação falsa que está indo bem e continuará no caminho errado, isto é, não mudará sua postura.

3.       Elogio precisa ser concreto e pontual:
O elogio não pode ser vazio ou subjetivo do tipo “Muito bem! Parabéns! Você é um campeão! Você é muito inteligente”
Existem pesquisas mostrando que os alunos que são elogiados de forma indevida desenvolvem uma postura de não querer correr risco e não tentar para não se expor e perder o prestígio.

Não podemos pensar que está tudo errado, mudar tudo e voltar aos anos 70, mas também não podemos continuar desenvolvendo jovens “Eu me acho”, isso não é autoestima elevada, isso é arrogância. São jovens ou pessoas sem humildade e que não se conhecem, pois não permitiram que enfrentassem desafios, errassem ou perdessem e tentassem novamente. A educação também serve para isso. Quantas vezes eu estava me sentido o gênio da matemática e encontrei um problema que precisei ficar horas tentando resolver e pensei: “Ednaldo, ‘baixe a bola’, pois você não é tudo isso”.   
Equilíbrio é a chave para uma educação adequada.   
Ednaldo Ribeiro, administrador, professor de matemática e psicopedagogo

FÉRIAS

Os prós e os contras das lições de férias em julho
O que é melhor para os alunos nas férias de julho? Atividades para não interromper a aprendizagem ou o puro descanso?


21/06/2012 11:10
Texto Camilo Gomide


Foto: Dennis M. Ochsner

O ideal é que as lições de férias não sejam chatas, extensas e cansativas
As férias de julho chegaram. É hora daquela parada preciosa para recarregar a bateria e recomeçar em agosto com energia total, certo? Nem sempre. Para algumas escolas, as férias de julho estão incluídas no andamento do ano letivo e, por isso, a aprendizagem não deve ser interrompida. Para essas escolas, uma parada total no mês de julho quebraria o ritmo de estudo e atrapalharia o rendimento dos alunos. Por isso, elas propõem alguns trabalhos, pesquisas e deveres. Mas a pergunta que fica é: dá para conciliar as atividades e o descanso? Essas e outras questões são respondidas nos itens abaixo.

Os professores e os pais que quiserem mandar sugestões de atividades interessantes para fazer nas férias podem escrever para o educarparacrescer@abril.com.br



As férias de julho surgiram como uma questão trabalhista. É neste mês que os professores tiram os 30 dias de descanso a que todos os profissionais brasileiros têm direito, garantidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Inicialmente, esse recesso acontecia em junho, mas desde a primeira versão da LDB, de 1961, o período foi transferido para o mês seguinte. Em janeiro, os alunos também têm férias, mas os professores passam (ou deveriam passar) o mês fazendo o planejamento do ano letivo que vai começar. "O profissional não pode fazer o planejamento das aulas, organizar seu trabalho e fazer cursos ao mesmo tempo em que dá aulas", diz Maria Ângela Barbato Carneiro, professora da faculdade de Educação da PUC-SP


As férias de julho surgiram como uma questão trabalhista. É neste mês que os professores tiram os 30 dias de descanso a que todos os profissionais brasileiros têm direito, garantidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Inicialmente, esse recesso acontecia em junho, mas desde a primeira versão da LDB, de 1961, o período foi transferido para o mês seguinte. Em janeiro, os alunos também têm férias, mas os professores passam (ou deveriam passar) o mês fazendo o planejamento do ano letivo que vai começar. "O profissional não pode fazer o planejamento das aulas, organizar seu trabalho e fazer cursos ao mesmo tempo em que dá aulas", diz Maria Ângela Barbato Carneiro, professora da faculdade de Educação da PUC-SP.


"Em razão de uma agenda cada vez mais cheia, os alunos estão cada vez mais estressados. Esse distanciamento da escola é muito importante para ajudar aos alunos a refletir melhor", diz Renata Americano, coordenadora geral do Ensino Fundamental da Escola Viva. A parada no meio do ano, portanto, serve pra aliviar a cabeça do aluno e contribui para o aprendizado


Para algumas escolas, as tarefas nesse período têm a finalidade de aquecer os estudantes para o retorno às aulas. Dessa maneira, eles voltam mais ligados no assunto e não perdem o fio da meada. As lições de férias na Escola Castanheiras, na cidade de São Paulo, por exemplo, servem pra que os alunos não se desconectem do conteúdo visto em junho. Como o planejamento da escola é trimestral, o segundo trimestre, que vai de maio a agosto, é interrompido. "Assim o aluno não se esquece daquilo que ele está estudando nesse hiato de 30 dias", diz Debora Vaz, diretora pedagógica da escola. A Escola Viva, também de São Paulo, tem uma visão diferente. Ali, o importante mesmo é o descanso e a parada em julho não compromete o aprendizado dos alunos. "Eles não perdem o fio da meada, principalmente se o assunto for do interesse deles. Quando eles voltam, passam por um período de retomada dos assuntos que não é grande", diz a coordenadora Renata Americano


Em janeiro nunca ocorrem, já que é feita a troca de ano letivo. E o conteúdo muda completamente. Além de os professores mudarem, é claro. "Não faz muito sentido passar lições em janeiro, já que não tem conteúdo novo", diz Renata Americano, coordenadora geral do Ensino Fundamental I da Escola Viva


O ideal é que essas tarefas não sejam chatas, extensas e cansativas. Podem, inclusive, ser bastante divertidas e não atrapalhar o descanso da garotada. Marcos Akiau, professor de ciências e laboratório da Escola Morumbi e do Colégio Rio Branco, em São Paulo, procura elaborar tarefas que despertem o interesse de seus alunos. "Não é sempre que passo atividades de férias para meus alunos. Quando decido fazê-lo, procuro desenvolver algum projeto que preencha alguns quesitos: a) Ser interessante ao aluno b) Dar aos alunos algum tipo de "prazer em fazer" c) Ser diferenciado das lições convencionais d) Estar ligado aos conteúdos programáticos e) Ter utilidade futura" Com isso o professor Marcão, como é chamado, garante que seus alunos se empolgam com os trabalhos de férias. "Assim como eu", completa


As lições de férias não devem sobrecarregar o aluno e atrapalhar seu descanso. A Escola Castanheiras, por exemplo, que sempre passa tarefas nas férias de julho, procura dosar a quantidade de exercícios. "Os trabalhos devem tomar apenas um dia das férias. Ou, se o aluno preferir, pode se dedicar à uma hora e meia por dia durante uma semana. É muito importante que as férias sejam de lazer e ócio. Esse resgate só precisa ser feito no finalzinho.", explica Debora Vaz, diretora pedagógica da escola

http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/licoes-ferias-572901.shtml

Comentários:
Excelente matéria! Seria muito se os pais tivessem acesso e refletissem sobre o período de férias. Criou-se um mito que os alunos estão sobrecarregados por conta dos estudos e devem descansar nas férias. As férias são necessárias para que os professores tirem férias do trabalho. Não se tira férias do aprender. Aprende-se sempre. Deve tirar férias do que é chato e o estressante. O estudo bem dosado e estimulante não é mesmo?
Por falar em bem dosado, não vamos resolver o estresse dos alunos ("Em razão de uma agenda cada vez mais cheia, os alunos estão cada vez mais estressados”) com as férias dos estudos, mas ajustando a agenda nos meses de aulas priorizando os estudos com o devido equilíbrio.
Dedicar 30 ou 40 minutos nas férias não limitar as brincadeiras e o descanso. Tirar mais alguns minutos para ler um bom livro também estragar o lazer. Além de tudo, os benefícios no retorno das férias serão maravilhosos para os alunos e professores.