INDIGNAÇÃO

Confesso que cada vez mais fico indignado com essa história de alunos sobrecarregados no Brasil. Sei que existem muitos alunos sobrecarregados e não é pela intensa dedicação, mas pela falta de preparo para enfrentar as atividades da série escolar que se encontra. Quem fica mais estressado é um aluno do 6º ano que resolve 10 problemas com equação com tranquilidade em 30 minutos ou um aluno do mesmo ano que sofre para resolver 3 problemas com as 4 operações em 40 minutos?

Evidente que o problema não está na dedicação, no tempo de estudo ou no esforço do aluno, mas na falta de preparação com os conhecimentos prévios necessários ou postura e hábito de estudos.

Uma pessoa sedentária ficar sobrecarregada se tiver que percorrer 2 km por dia, enquanto que a  pessoa bem preparada pode percorrer 5 km por dia sem ficar sobrecarregada ou estressada, ou melhor, fará isso com motivação e um determinado tempo que não atrapalhará as demais atividades.
Estava lendo a revista Época desta semana e fala que alguns alunos brasileiros (poucos, mas muito pouco) estão conseguindo entrar nas melhores universidades do mundo fruto de grande esforço. E são jovens felizes, muito felizes pelos resultados que estão alcançando.

Os pais são influenciados pela mídia e por alguns especialistas e sofrem com as consequências dos filhos infelizes. Sou especialista* também, mas, como em qualquer profissão, temos especialistas que orientam  bem e outros não. E não é por maldade, mas por falta de estudo, de aprofundamento ou por “achismos”.
Precisamos nos basear nas pesquisas bem elaboradas e nos excelentes resultados. Não podemos encontrar pessoas com excelentes resultados e ficar arrumando defeitos. Claro que tem pontos que devem ser melhorados, mas não deveríamos aprender com os pontos positivos.

Os países classificados do 11º lugar ao 30º na avaliação do PISA pesquisam o que os países classificados do 1º ao 10º (matéria do site Terra no blog educação3-0) fazem de positivo para que possam melhorar a educação. Nós, que estamos depois do 50º, ficamos discutindo o quanto ser “Mãe-tigre” pode ser ruim para os nossos alunos. Acredito que poderíamos fazer diferente: o que podemos aprender com as “Mães-tigre” de lá ou daqui do Brasil.
“É verdade que, sem esforço e vontade própria, Tabata nunca teria chegado aos bancos das melhores do planeta”.

Na reportagem da Época 731 de 21 de maio de 2012, a jovem Tabata Pontes de 18 anos de idade passou na USP, mas não vai estudar na USP. Ela está feliz da vida com um grande dilema: escolher a universidade que vai estudar entre as seis universidades americanas que foi aprovada. Um detalhe: as seis estão entre as 20 melhores em um ranking que a USP aparece na 178º posição.
“Não bastasse a inteligência notável – apesar de ela não tê-la medido, por acreditar que testes de Q.I., ao deixar outras habilidades de fora, são injustos -, Tabata tem uma disciplina espartana. Na época do colégio, quando não estava nas aulas preparatórias para olimpíadas ou na turma do ensino médio, agarrava os livros em casa durante quatro horas por dia”.

Agora, enquanto Tabata está feliz, muitos alunos estão infelizes cursinhos de pré-vestibular ou tentando ingressar em uma universidade de segunda linha. Caso tenha conseguido ingressar em uma universidade de primeira linha, quem sabe, está sofrendo para acompanhar as aulas ou sendo reprovado no exame da OAB. Por último, pode estar encontrando dificuldade no mercado de trabalho ou com dificuldades para expressar suas ideias nas redes sociais, pois não tem vocabulário ou não consegue elaborar um parágrafo.
*Ednaldo Ribeiro – Administrador de Empresas, especialista em Psicopedagogia Institucional e Clínica e Mestrando em Educação. Lecionou em curso de Pós-graduação e Matemática no Ensino Fundamental por quase 10 anos.  

3 comentários:

  1. http://www.todospelaeducacao.org.br/comunicacao-e-midia/educacao-na-midia/22856/veja-como-funcionam-os-melhores-sistemas-de-ensino-do-mundo/

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  2. Veja os 10 melhores sistemas de ensino do mundo
    Cartola – Agência de Conteúdo
    http://www.terra.com.br/noticias/educacao/infograficos/sistemas-de-ensino/

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  3. Coitadinho, tão estressado, por Cláudio de Moura Castro
    COITADINHO, TÃO ESTRESSADO
    Cláudio de Moura Castro – Veja 23 de agosto de 2011


    “Se há stress entre nossos vestibulando , não é por excesso de dedicação, por horas demais diante dos livros, mas por falta de hábito de estudar”.

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