Prevenção de distúrbio ajuda na alfabetização matemática, diz britânica
Para Karime Esmail, discalculia deve ser diagnosticada na infância. Distúrbio neurológico prejudica o aprendizado em matemática
Fonte: G1
Não bastassem as dificuldades já conhecidas dos estudantes em aprender matemática - no Brasil estudos mostram que 57% dos alunos do 3º ano do ensino fundamental não sabem o esperado para a idade deles - um distúrbio neurológico dificulta ainda mais o aprendizado desta disciplina: a discalculia. Especialista no assunto, a pesquisadora britânica Karime Esmail destaca que a falta de diagnóstico das dificuldades específicas de aprendizagem em matemática pode trazer prejuízos em longo prazo aos alunos.
Tão importante quanto aprender a ler e escrever no idioma nativo, a alfabetização matemática pode influir na autoestima da criança e ajudá-la no desenvolvimento escolar e na integração social, diz Karime. Professora universitária formada em engenharia química, começou a pesquisar as dificuldades de aprendizagem ao se envolver nos estudos dos próprios filhos.
"Sou uma mãe ambiciosa", explicou ela, que ajudou sua filha a se preparar para um exame de avaliação aplicado em todas as crianças do país na idade de 7 anos. "Muitas vezes os professores não têm como pegar exatamente onde o aluno tem dificuldade", afirmou. "Quando se descobre em que área ele vai pior, espera-se que ele recupere o atraso de vários anos."
Ela estima que, no Reino Unido, em média duas crianças por sala de aula sofram de dificuldades agudas em matemática. Na população total do país, 6% teriam um distúrbio conhecido como discalculia, que pode ser adquirida ou relacionada ao desenvolvimento. Quem sofre do distúrbio tem, entre outros, problemas com a conservação da memória matemática, reconhecimento dos valores das moedas e a diferenciação entre significados e medidas.
Um exemplo a comparação entre um bloco grande com o dígito 2 escrito ao lado de outro pequeno com o dígito 8 escrito. Ao ser perguntado sobre qual número é maior, quem tem esse sintoma vai apontar para o 2. Ao todo, a pesquisadora identificou 27 sintomas de dificuldades na aprendizagem, incluindo a ansiedade que faz com que o aluno tenha pouca confiança em si.
Ela alerta, porém, que a dificuldade pode ter diversas causas e não existe tratamento ou remédio, principalmente no caso de crianças. "Mas existem medidas preventivas para estimular a aprendizagem", afirma Karime. Na discalculia, o lado do cérebro responsável pelos códigos numéricos pode ter menos células e fazer menos conexões. Mas, segundo Karime, muitos pesquisadores têm estudado como o desenvolvimento dos neurônios é grande durante os seis primeiros anos de vida, e continua até os 14, dependendo das atividades que o estimulem, e como o cérebro aprende matemática.
Tecnologias aplicadas na sala de aula podem ajudar a contornar as dificuldades dos estudantes com desempenho abaixo da média. Karime lançou, em 2008, o programa Dynamo Math, que auxilia professores com planos de aula, jogos interativos e exercícios de reforço e avaliação abordando módulos específicos dos conteúdos mais básicos do currículo escolar britânico. Com 240 módulos de aulas individuais com 15 minutos de duração, o programa, em fase de tradução para o português, pode ser usado em crianças nos primeiros anos do ensino básico, inclusive alunos com necessidades especiais como o autismo.
Para ela, o esforço de diagnosticar e avaliar casos de dificuldade de aprendizagem deve ser conjunto entre pais e professores, e a intervenção deve ser individualizada. "É preciso tentar de todas as formas acender as conexões neurais. Todas as crianças devem saber somar. A questão é identificar as dificuldades e enfrentar o problema para cortá-lo na raiz", afirma Karime, que deu uma palestra na quinta-feira (30) para professores e gestores escolares no Cefac - Saúde e Educação, e participa, no sábado (1º), do Congresso Internacional da Saúde da Criança e o Adolescente, em São Paulo.
DESTAQUE:
Não preciso fazer muitos comentários sobre o grave problema, as causas e as soluções, pois a pesquisadora foi brilhante nas seguintes afirmações:
“...no Brasil estudos mostram que 57% dos alunos do 3º ano do ensino fundamental não sabem o esperado para a idade deles...
Tão importante quanto aprender a ler e escrever no idioma nativo, a alfabetização matemática pode influir na autoestima da criança e ajudá-la no desenvolvimento escolar e na integração social, diz Karime
. "Muitas vezes os professores não têm como pegar exatamente onde o aluno tem dificuldade", afirmou. "Quando se descobre em que área ele vai pior, espera-se que ele recupere o atraso de vários anos."
"Mas existem medidas preventivas para estimular a aprendizagem", afirma Karime
Mas, segundo Karime, muitos pesquisadores têm estudado como o desenvolvimento dos neurônios é grande durante os seis primeiros anos de vida, e continua até os 14, dependendo das atividades que o estimulem, e como o cérebro aprende matemática.
Com 240 módulos de aulas individuais com 15 minutos de duração, o programa, em fase de tradução para o português, pode ser usado em crianças nos primeiros anos do ensino básico, inclusive alunos com necessidades especiais como o autismo.
Para ela, o esforço de diagnosticar e avaliar casos de dificuldade de aprendizagem deve ser conjunto entre pais e professores, e a intervenção deve ser individualizada. "É preciso tentar de todas as formas acender as conexões neurais. Todas as crianças devem saber somar. A questão é identificar as dificuldades e enfrentar o problema para cortá-lo na raiz", afirma Karime,
COMENTÁRIOS:
Este blog não tem o objetivo de discorrer sobre o método Kumon, mas, diante das afirmações da pesquisadora e a possível espera pelo programa com os 240 módulos desenvolvido pela pesquisadora, o método Kumon contempla vários aspectos citados e muitos outros, sobretudo, individualizado, eleva autoestima, desenvolvimento cognitivo etc.
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