Aprender a matemática do Ensino Médio será um terror para 83% dos alunos que saem do Ensino Fundamental.

Editorial: O foco nas dificuldades de aprendizado

"O problema específico da perda de rendimento escolar no decorrer do Ensino Fundamental piora a qualidade do ciclo médio e requer atenção especial"

Fonte: O Globo (RJ)
05 de setembro de 2012

O aperfeiçoamento de políticas educacionais tem sido uma preocupação suprapartidária, por sobre governos. No plano federal, é visível uma linha lógica de evolução entre as administrações FH e Lula, nas quais se sucedem avanços na universalização da matrícula no Ensino fundamental e na definição estratégica da necessidade de melhorias substanciais na qualidade da Escola pública do ciclo básico. É essencial o consenso na sociedade brasileira em torno da prioridade à Educação. Mas não basta para os objetivos, na área, serem alcançados.
Nos últimos quatro mandatos presidenciais, houve, ainda, o desenvolvimento de uma série de testes, exames nacionais e indicadores, ferramentas imprescindíveis em diagnósticos e definição de metas. O que, no passado, se inferia - a baixa qualidade do Ensino -, hoje é mensurado, bem como os alvos a serem atingidos.
À medida que novas informações são processadas, melhoram os diagnósticos e, em alguns aspectos, o quadro se mostra mais grave do que parecia. Exemplo recente é a constatação, feita a partir do Ideb (Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico), de que o rendimento do Aluno cai enquanto ele se aproxima do Ensino médio, a fase final do Ensino básico.
As metas de 2011 para o ciclo básico como um todo foram atingidas, mas o último Ideb aconselha mais atenção com o Ensino médio. Não parece pequeno o impacto negativo provocado nele por Alunos mal formados no Ensino fundamental. Estatísticas colhidas pelo GLOBO junto ao Inep, instituto de pesquisa do MEC, sobre o aprendizado de matemática e português, e não apenas na rede pública, dão a medida do problema: apenas 17% dos Alunos terminam o fundamental com um domínio adequado na ciência dos números, e 27%, na língua nacional...

Para saber mais: http://www.todospelaeducacao.org.br/comunicacao-e-midia/educacao-na-midia/23998/editorial-o-foco-nas-dificuldades-de-aprendizado/

Comentários (com errata e outras considerações):

Enfim, encontrei uma mensagem que fala da raiz do problema: a falta de base dos alunos interfere em todas as etapas da educação. Buscar solução com mudanças no Ensino Médio não resolve o problema, sobretudo, em matemática e leitura.
Após a divulgação do IDEB com os resultados ruins do Ensino Médio, muitas informações na mídia e a busca de solução para o problema. Algumas medidas podem melhorar um pouco a qualidade do Ensino Médio, mas para desenvolver a aprendizagem dos alunos neste estágio, faz-se necessário que os alunos aprendam a matemática do Ensino Fundamental e saibam ler e compreender qualquer tipo de texto.
Avaliar a educação é muito importante para conhecer a situação e definir as estratégias mais eficazes. O IDEB é importante e avalia a Educação Básica, isto é, o processo que envolve Ensino e Aprendizagem, mas o resultado principal é a aprendizagem que, infelizmente, acontece adequadamente apenas para 17% dos alunos em matemática e 27% em português no Ensino Fundamental. Portanto, para 83% dos alunos que estão saindo do Ensino Fundamental será um terror para aprender a matemática do Ensino Médio, pois não têm base.
Além da falta de conhecimentos prévios, esses alunos poderão ter baixa autoestima, pouca concentração etc.
Investir na qualidade dos primeiros anos escolares é um investimento que se multiplica ao longo dos anos, por outro lado, investir nos últimos anos da educação básica pode ser um investimento pouco aproveitado.

Pais, educadores e governantes, por favor, cuidem bem da educação das crianças nos primeiros anos, sem dúvida, é o melhor investimento que podemos fazer. Se esses investimentos proporcionarem conhecimentos prévios e, sobretudo, competência para aprender a aprender (autonomia e autoinstrução), provavelmente teremos resultados excelentes nos anos finais com pouco investiremos.

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