A pipoca
O escritor Rubem Alves, fascinado pela culinária, após escrever sobre vários alimentos de forma literária, faz uma analogia do processo de transformação do milho em pipoca com o comportamento das pessoas.
O pequeno milho de pipoca passa pelo fogo e após absorver o calor, transforma-se na pipoca, uma linda flor branca e macia que é muito apreciada pelas pessoas. No entanto, nem todos os milhos passam pela mesma transformação, alguns não conseguem estourar e continuam da mesma forma, são os piruás.
O autor, embasado na religião, sobretudo, no candomblé, compara o calor do fogo que age sobre o milho aos momentos difíceis que as pessoas passam na vida, como a dor, a perda de um amor, do emprego, dos bens materiais, ficar doente etc. O calor que vem de fora. Também faz referência ao “fogo” que vem de dentro como depressão, medo, ansiedade e pânico. Assim como a transformação do milho, as pessoas também crescem e transformam-se em indivíduos mais fortes e melhores. Da mesma forma que os milhos, existem pessoas que passam pelo “fogo” das dificuldades da vida, mas continuam do mesmo jeito, ou seja, não se transformam e deixam ser aquilo podem ser, continuam como “milho” piruá.
Realmente a analogia é pertinente e pode proporcionar reflexões profundas sobre os momentos de sofrimento, pois as pessoas podem aproveitar as dores e os momentos difíceis para o crescimento por meio do aprendizado, mas será que não podemos nos transformar sem arder no calor do sofrimento?
O texto acima foi extraído do site http://www.releituras.com/rubemalves_pipoca.asp.
ALVES, Rubens. O amor que acende a lua. Campinas: Papirus, 2004.
Charlliane Costa, acadêmica do Curso de pedagogia da Fibra
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