Deixo um questionamento: os trabalhadores que estão no mercado de trabalho hoje estudaram o ensino fundamental no século passado, a maioria estudou entre 1980 e 2000, portanto, a educação tinha uma qualidade muito ruim e agora, segundo o IDEB, melhorou. O que você acha?
Empresa ensina até português a pessoal
Petrobras, Sinduscon e empreiteiras organizam cursos de português e matemática para qualificar mão de obra; na construção civil, cerca de 40% dos trabalhadores formais não terminaram o Fundamental
Fonte: Folha de São Paulo (SP)
CIRILO JUNIOR, DO RIO
GABRIEL BALDOCCHI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O país enfrenta um grande obstáculo na corrida para evitar um apagão de mão de obra: a falta de formação básica, que atrapalha a qualificação dos trabalhadores. Três setores com o problema tiveram de agir para enfrentá-lo.
O Prominp (Programa de Mobilização da Indústria Nacional do Petróleo), criado para ajudar na formação de mão de obra para o setor, começou a recorrer a cursos de reforço Escolar para os candidatos. Em anos anteriores houve dificuldade no preenchimento das vagas devido a falhas na Educação básica dos candidatos.
O assessor de petróleo e gás da diretoria de relações com o mercado da Firjan (federação das indústrias do Rio), Ziney Dias Marques, relata que muitos dos alunos inscritos nos cursos de formação da área não conseguem acompanhar as aulas.
"O maior problema é a formação básica. Boa parte dos alunos deixa a desejar em português e matemática." O setor de telemarketing e de relacionamento ao cliente pediu ajuda ao governo para enfrentar o problema. Os empresários sugerem desoneração da folha para que possam intensificar cursos de Educação básica.
Em uma sondagem da CNI (Confederação Nacional da Indústria) com construtoras, a baixaEscolaridade foi apontada como a segunda barreira para a capacitação, atrás da rotatividade de emprego.
As construtoras Andrade Gutierrez e Even contrataram uma consultoria pedagógica para oferecer formação básica aos funcionários. "A gente não conseguia fazer com que eles completassem a qualificação", diz Camila Del Guercio, gerente da Andrade Gutierrez, que ofereceu os cursos na obra do Rodoanel.
Cerca de 40% dos trabalhadores formais do setor -quase 1 milhão de operários- não completaram o ensino fundamental, segundo levantamento da Cbic (Câmera Brasileira da Indústria da Construção Civil).
O presidente do Sinduscon-SP (sindicato patronal da construção), Sérgio Watanabe, vê dificuldades também em funcionários com fundamental completo. "Identificam as palavras, mas há problemas de entendimento."
O sindicato encomendou uma didática de reforço em português e matemática ao Sesi (Serviço Social da Indústria) para que os empresários pudessem oferecer aos trabalhadores nos canteiros.
Integrante de uma turma, Floresvaldo Silva, 43, espera não precisar mais pedir ajuda a colegas para cálculos e leitura de instruções nas obras. "A gente que não saber ler é como se fosse cego".
GABRIEL BALDOCCHI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O país enfrenta um grande obstáculo na corrida para evitar um apagão de mão de obra: a falta de formação básica, que atrapalha a qualificação dos trabalhadores. Três setores com o problema tiveram de agir para enfrentá-lo.
O Prominp (Programa de Mobilização da Indústria Nacional do Petróleo), criado para ajudar na formação de mão de obra para o setor, começou a recorrer a cursos de reforço Escolar para os candidatos. Em anos anteriores houve dificuldade no preenchimento das vagas devido a falhas na Educação básica dos candidatos.
O assessor de petróleo e gás da diretoria de relações com o mercado da Firjan (federação das indústrias do Rio), Ziney Dias Marques, relata que muitos dos alunos inscritos nos cursos de formação da área não conseguem acompanhar as aulas.
"O maior problema é a formação básica. Boa parte dos alunos deixa a desejar em português e matemática." O setor de telemarketing e de relacionamento ao cliente pediu ajuda ao governo para enfrentar o problema. Os empresários sugerem desoneração da folha para que possam intensificar cursos de Educação básica.
Em uma sondagem da CNI (Confederação Nacional da Indústria) com construtoras, a baixaEscolaridade foi apontada como a segunda barreira para a capacitação, atrás da rotatividade de emprego.
As construtoras Andrade Gutierrez e Even contrataram uma consultoria pedagógica para oferecer formação básica aos funcionários. "A gente não conseguia fazer com que eles completassem a qualificação", diz Camila Del Guercio, gerente da Andrade Gutierrez, que ofereceu os cursos na obra do Rodoanel.
Cerca de 40% dos trabalhadores formais do setor -quase 1 milhão de operários- não completaram o ensino fundamental, segundo levantamento da Cbic (Câmera Brasileira da Indústria da Construção Civil).
O presidente do Sinduscon-SP (sindicato patronal da construção), Sérgio Watanabe, vê dificuldades também em funcionários com fundamental completo. "Identificam as palavras, mas há problemas de entendimento."
O sindicato encomendou uma didática de reforço em português e matemática ao Sesi (Serviço Social da Indústria) para que os empresários pudessem oferecer aos trabalhadores nos canteiros.
Integrante de uma turma, Floresvaldo Silva, 43, espera não precisar mais pedir ajuda a colegas para cálculos e leitura de instruções nas obras. "A gente que não saber ler é como se fosse cego".
Caro Corumbá,
Muito obrigado pela participação no debate! Tenho certeza que você postará importantes contribuições aos debates.
Sobre o referido assunto, claro que concordo com você sobre a abertura de faculdades sem o necessário controle, sobretudo, as faculdades particulares, pois, como mostra o texto, são as faculdades que apresentam os piores resultados.
No entanto, quero focar em outro aspecto: se essas faculdades matriculam, é sinal que tem procura. Esses alunos querem fazer um curso superior e é um direito de qualquer cidadão. Em minha humilde opinião, esses alunos não têm base, ingressaram em uma faculdade de qualidade duvidosa, mas, provavelmente, já tinham problemas no ensino básico. Não vou falar sobre hipóteses, pois uma coisa é certa, temos os casos de alunos que estudaram em algumas dessas faculdades que passaram no exame, o que indica que, embora as faculdades tenham qualidade duvidosa, alunos com boa formação (dedicação, esforço, capacidade de leitura e compreensão etc.) conseguiram. Não quero citar as exceções, mas valorizar a boa formação na educação básica.
Voltando ao assunto, que é de outra postagem, a reprovação dos concluintes de direito pela OAB, cabe ao Governo Federal a autorização de funcionamento das faculdades e sua fiscalização. Na verdade, essas autorizações de funcionamento estão existindo por necessidades políticas e não por necessidades da população. Discordo de que o fato de alguém querer fazer curso superior autorize a abertura de escolas da maneira que vem sendo feito. É obrigação do Governo exigir qualidade de ensino.
ResponderExcluirO que está ocorrendo é a ganância de seus partidários que formam a base do governo e que abrem faculdade de qualquer maneira objetivando ganhar muito dinheiro e, não educar a população.
Quanto à falta de base educacional, concordo com sua análise.