Escolas privadas estão abaixo da meta
No ensino médio, 15 Estados e o Distrito Federal não alcançaram a nota mínima; no fundamental, a situação é menos preocupante
15 de agosto de 2012 | 3h 03
No ensino médio da rede particular do Brasil, 15 Estados e o Distrito Federal não atingiram a nota mínima esperada pelo governo no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Para piorar, dois terços dos 20 Estados avaliados em 2009 apresentaram queda ou mantiveram a mesma média no levantamento divulgado ontem.
No ensino fundamental, a situação é menos preocupante. No ciclo de 1.ª a 4.ª série, 33% não atingiram a meta e apenas dois Estados tiveram queda de rendimento. Já entre os alunos de 5.ª a 8.ª série, metade das escolas avaliadas melhorou sua média.
Para especialistas, os números do ensino médio são frustrantes pelo fato de não refletir as vantagens que os alunos da rede privada têm em relação aos que estudam em escolas públicas.
País tem 30% das escolas em 'alerta'
Classificação feita com base no Ideb, divulgado na terça-feira, analisa desempenho de cada escola e aponta distorções em ranking
20 de agosto de 2012 | 3h 06
PAULO SALDAÑA - O Estado de S.Paulo
A rede pública de São Paulo teve em 2011 a 3.ª melhor nota do País no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) no ciclo 2 do ensino fundamental, de 5ª à 8ª série, mas 30% de suas escolas estão estacionadas, em estado de alerta: não avançaram na nota, não bateram suas metas e não chegaram ao Ideb 6 - a meta do País para 2021.
O porcentual paulista é igual ao do Brasil. No País, 30% das escolas dessa fase também estão em alerta. Nas unidades de 1.ª à 4.ª série, o quadro é um pouco melhor: são 20% nessa situação.
A classificação em níveis qualitativos, recém-criada pela Meritt Informação Educacional, oferece uma leitura mais adequada da qualidade das escolas brasileiras.
"Precisamos comparar escolas com elas mesmas. Ter duas escolas com a mesma nota, por exemplo, não significa que estão na mesma situação", explica o diretor da Meritt Alexandre Oliveira.
Por isso, o método cruza três critérios da evolução das escolas para entender melhor os dados do Ideb: crescimento no índice, cumprimento das metas para o ano e o Ideb 6. A combinação desses critérios coloca as escolas em determinado nível qualitativo.
A divisão funciona assim: caso a escola não tenha cumprido nenhum dos critérios, a situação é de alerta. Se pelo menos dois dos critérios foram cumpridos, a situação é de atenção.
Ter evoluído com a nota e ficado acima da meta, mesmo que abaixo de 6, é positivo e recebe a classificação manter.
Na classificação excelente estão as escolas que cumpriram todos os critérios (mais informações nesta página).
A distribuição das escolas entre os níveis mostra grandes desafios, principalmente na fase 2 do ensino fundamental. Nas escolas de 5ª à 8ª série, além de 30% em alerta, 7.584 estão em atenção. Ou seja, só evoluíram em um ou dois critérios. Dessas escolas, metade só cumpriu a meta para aquele ano - sem evoluir.
No ciclo 1 do fundamental, de 1ª à 4ª série, há 27% das escolas no nível de atenção - além dos 20% em alerta. A boa notícia é que 43% das escolas (15.322 unidades) conseguiram crescer no Ideb e bater suas metas.
Contexto. Para o diretor da Fundação Lemann, Denis Mizne, é preciso entender o que acontece em cada escola, sem perder de vista a análise das redes. "Entender a escola contra ela mesma, levando em conta as regiões em que estão, é importante para entender a qualidade do ensino naquele contexto", diz ele. "E você olha para as redes a partir das escolas e descobre as políticas que estão dando certo. Não fica só na discussão das médias, que nos atrapalha."
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