Só 10% dos alunos que concluem ensino médio sabem matemática, diz ONG


Um estudo do movimento Todos Pela Educação mostrou o tamanho do desafio que o Brasil ainda precisa vencer nessa área.



Jornal Nacional - Edição do dia 07/03/2013

Um estudo do movimento Todos Pela Educação mostrou o tamanho do desafio que o Brasil ainda precisa vencer nessa área.

Ela nunca foi a queridinha dos estudantes, mas agora é quase uma estranha: só 10% dos jovens brasileiros que concluem o ensino médio sabem matemática. É o que mostra estudo da ONG Todos Pela Educação, que considera notas das avaliações que o governo com alunos de escolas públicas e particulares.

O levantamento revela ainda que o desempenho dos estudantes piorou porque em 2009 o percentual era de 11%. Agora está em 10%. Em português, o índice permaneceu o mesmo: 29% dos alunos aprenderam o que deveriam ao terminar o ensino médio. Essa falta de sintonia entre ensino e aprendizado muitas vezes acaba em repetência e desistência. Pouco mais da metade dos jovens termina o ensino médio até os 19 anos.

Em um posto do Centro de Apoio ao Trabalho, é possível perceber uma das principais consequências dessa deficiência de aprendizado. Muitos jovens que estão lá à procura de emprego não se sentem confiantes para encarar o mercado de trabalho.

Para a responsável pelo estudo, o Brasil tem bons projetos educacionais. O desafio é fazer com que eles cheguem à sala de aula com a mesma eficiência que está no papel.

“Não dá para a gente imaginar uma sociedade que inova, uma sociedade que se desenvolve na inovação, nas novas tecnologias, sem ter uma base muito bem consolidada na matemática, nas ciências. O Brasil é uma das maiores economias do mundo e um dos piores países em educação, então não dá para a gente manter essa distancia do jeito que está”, avalia Priscila Cruz, diretora executiva do Todos Pela Educação.

No Brasil, o ensino médio é de responsabilidade dos estados. O Todos Pela Educação usou números de exames organizados pelo governo federal. Mas o presidente do Inep, Luiz Cláudio Costa, declarou que a metodologia e as metas propostas pelo movimento são diferentes das do governo. Segundo ele, os resultados que devem ser levados em consideração são os do Ideb, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. O presidente do Inep afirmou que há desafios pela frente, mas que as aferições mais recentes demonstram que o aprendizado no país tem aumentado.

 
Comentários:
Esse assunto já foi tratado aqui no Educação 3.0 e eu comentei que não adianta focar no consequência sem atacar a raiz do problema: a base. Temos problemas no Ensino Médio, mas as principais causas estão no Ensino Fundamental e até mesmo na Educação Infantil. Não fazemos bem o trabalho na idade tenra. A Educação Infantil de 0 ~ 6 anos é focada no brincar sem uma intencionalidade de desenvolver a criança, sendo que é fase que o cérebro está em intensa formação. No Ensino Fundamental os alunos avançam sem os devidos conhecimentos prévios e, muitas vezes, não desenvolvem as habilidades necessárias e a postura de estudo. 
Analisando as notas do IDEB percebemos a queda gradativa ao longo dos anos escolares. O aluno que não domina a sequência numérica pode ter dificuldades para aprender a adição, se não assimila a adição, terá problemas com a subtração, multiplicação, divisão etc.     

Um comentário:

  1. E tem mais...
    Dos 10% que saem do Ensino Médio, aproximadamente 3% destacam-se na faculdade, olimpíadas etc e um % ainda menor serão os profissionais de destaque... Aí alguns críticos dirão que a educação é boa, pois formou bons alunos e profissionais. E os 90% que ficaram pelo caminho?
    É preciso uma educação de qualidade que todos aprendam.

    E quais são as competências e postura de estudo?
    Hábito de estudos, concentração, raciocínio lógico, capacidade de calculo e leitura etc.
    Como podemos desenvolver tudo isso?

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