A Educação Precisa de Respostas

As seis perguntas do projeto

(Reinaldo Coser/DM9Sul)
1) Por que, mesmo sendo a 6ª economia do mundo, o Brasil ainda está no 88º lugar no ranking mundial da educação?
Fonte: Relatório de Monitoramento Global da Unesco (2011)

2) Por que 34,5% dos alunos do Ensino Médio não estão na série correspondente à sua idade?
Fonte: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep, 2010)

3) Por que é importante os pais participarem da vida escolar dos seus filhos?

4) Por que apenas 2% dos estudantes querem seguir a carreira de professor?
 
5) Por que 89% dos estudantes chegam ao final do Ensino Médio sem aprender o esperado em matemática?

6) Por que a maioria dos alunos matriculados no último ano do Ensino Fundamental não aprende o mínimo considerado adequado?
 
 

http://www.youtube.com/watch?v=XMS1GJWenyk

Las Nuevas Tecnologías como Estrategia de Enseñanza

 

Estou participando do seminário Las Nuevas Tecnologías como Estrategia de Enseñanza  dentro do Mestrado em Buenos Aires e, lendo as últimas sobre educação no Brasil, encontrei essas duas reportagens:

Revolução em sala de aula
Professora de português utiliza tecnologia e criatividade para aprimorar desempenho dos alunos nas redações

Fonte: Correio Braziliense (DF)

Extra, extra! Alunos do 3ª ano do Ensino médio do Centro Educacional Pompílio Marques de Souza, em Planaltina, experimentaram, no ano passado, uma cápsula do tempo imaginária, na qual depositaram seus sonhos de vida. Uns querem ser médicos, Professores e promotores de Justiça; outros, arquitetos, empresários, enfermeiros, nutricionistas, advogados e jornalistas. Dezesseis jovens garantiram vaga para o sucesso e estão aprovados em universidades federais e estaduais de Goiás...


Ela ainda usou e abusou da tecnologia como recurso pedagógico. Tornou-se amiga da turma no Facebook. Postava os conteúdos a serem estudados via mensagem. Tinha data e horário para isso. Corrigia-os discretamente quando escreviam palavras como “hipocrisia” sem h.

Leia mais em:
http://www.todospelaeducacao.org.br/comunicacao-e-midia/educacao-na-midia/25581/revolucao-em-sala-de-aula/


Veja

Educação


17/01/2013 - 17:50
 Tecnologia

Khan Academy firma acordo global com fundação brasileira

Em São Paulo, o americano Salman Khan, criador do serviço, relembra história do site de videoaulas e anuncia acordo com Fundação Lemann


Nathalia Goulart

Em São Paulo, palestra de Salman Khan, idealizador da Khan Academy, a plataforma inovadora de vídeo aulas que ajudou a redefinir o papel da tecnologia na educação (Folhapress)
Depois de visitar Brasília, onde se reuniu com a presidente Dilma Rousseff e com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, o americano Salman Khan, de 36 anos, criador das vídeoaulas que correram o mundo reunidas sob o selo da Khan Academy, desembarcou em São Paulo nesta quinta-feira para participar de um encontro com profissionais da área da educação. À plateia, o guru das videoaulas relembrou sua trajetória e apresentou planos de expandir a atuação da Khan Academy no Brasil. O americano anunciou ainda um novo parceiro global, a Fundação Lemann, que já trabalha na difusão dos vídeos do site no Brasil e que agora vai auxiliar na divulgação mundial do trabalho do professor mais famoso da internet. O valor da ajuda da Lemann não foi revelado.

Leia também:
Em VEJA de 1/2/2012: Salman Khan, o melhor professor do mundo
Jovens Inspiradores: A internet auxiliando jovens a transformar a educação no Brasil
Professor Khan: aulas para a rede pública no Brasil
Salman Khan conta suas descobertas sobre o aprendizado


 

A Educação que Emancipa: O aluno aprende melhor ouvindo ou lendo? Observando ou ouvindo explicações?





No livro “O Mestre Ignorante”, Jacques Ranciere escreve sobre o pensamento de Joseph Jacotot, professor na época da Revolução Francesa que teve ideias brilhantes sobre a forma que as pessoas aprendem. A partir de experiências e observações, ele chegou à conclusão que os alunos podem aprender mais e melhor sem as explicações de um professor. Eles podem aprender por meio das explicações e raciocínios no próprio livro ou material didático.



“Eis, por exemplo, um livro entre as mãos do aluno. Esse livro é composto de um conjunto de raciocínios destinados a fazer o aluno compreender uma matéria. Mas, eis que, agora, o mestre toma a palavra para explicar o livro. Ele faz um conjunto de raciocínios para explicar o conjunto de raciocínios em que o livro se constitui. Mas, por que teria o livro necessidade de tal assistência? Ao invés de pagar um explicador, o pai de família não poderia, simplesmente, dar o livro a seu filho, não poderia este compreender, diretamente, os raciocínios do livro?”

O ilustre Jacotot, professor com mais de 30 anos de experiência, compartilhou esses pensamentos em pleno século XIX, o professor Toru Kumon, também com mais de 30 anos de experiência, desenvolveu um método que o aluno aprende sozinho na lógica dos “livros” (material didático autoinstrutivo). Eu e milhares de alunos que estudaram na Escola Técnica Federal no século XX aprendemos física sem professores explicadores, estudávamos em casa e comparecíamos à aula apenas externar o que aprendemos nos “Passos” (provas com 5 questões). Os alunos das Escolas Técnicas Federais eram os melhores nesta disciplina.

Jacques Rancière percebeu que os pensamentos de Joseph Jacotot são tão atuais e por isso trouxe na obra “Le Maître Ignorant” em 1987.

Um aspecto importante destacado por Rancière na obra de Jacotot é que aprender por meio do professor é limitador, pois o aluno fica limitado a aprender com base nos conhecimentos do mestre. Por outro lado, aprender com os livros é caminho para emancipação, pois o aluno pode aprender qualquer coisa e pode aprender sempre. Um outro ponto que devemos refletir sobre o professor explicador é que ele pode sufocar o aluno:

Não se sobrecarrega a memória, forma-se a inteligência. Eu compreendi, diz a criança,não sou um papagaio.Mais ela esquece, mais lhe parece evidente que compreendeu”.

Podemos revolucionar a educação do século XXI com essas formas de aprender. Nos tempos atuais temos muito mais livros e materiais didáticos, além da internet, para possibilitar que as pessoas aprendam sem explicações de um “Mestre Ignorante”.

E qual é o papel do mestre?

O mestre deve ser um orientador para despertar a vontade da criança para que possa desbravar os livros. Para isso, é fundamental que o mestre acredite na inteligência da criança e indique os livros adequados, mas sem deixar de emancipá-lo para outros livros.

O mestre emancipador

Essas contingências haviam tomado, na circunstância, a forma de recomendação feita por Jacotot. Disso advinha uma conseqüência capital, não mais para os alunos, mas para o Mestre. Eles haviam aprendido sem mestre explicador, mas não sem mestre. Antes, não sabiam e, agora, sim. Logo, Jacotot havia lhes ensinado algo. No entanto, ele nada lhes havia comunicado de sua ciência. Não era, portanto, a ciência do Mestre que os alunos aprendiam. Ele havia sido mestre por força da ordem que mergulhara os alunos no círculo de onde eles podiam sair sozinhos, quando retirava sua inteligência para deixar as deles entregues àquela do livro.

Há embrutecimento quando uma inteligência é subordinada a outra inteligência. O homem — e a criança, em particular — pode ter necessidade de um mestre. quando sua vontade não é suficientemente forte para colocá-la e mantê-la em seu caminho. Mas a sujeição é puramente de vontade a vontade. Ela se torna embrutecedora quando liga uma inteligência a uma outra inteligência. No ato de ensinar e de aprender, há duas vontades e duas inteligências. Chamar-se-á embrutecimento à sua coincidência. Na situação experimental criada por Jacotot, o aluno estava ligado a uma vontade, a de Jacotot, e a uma inteligência, a do livro, inteiramente distintas. Chamar-se-á emancipação à diferença conhecida e mantida entre as duas relações, o ato de uma inteligência que não obedece senão aela mesma, ainda que a vontade obedeça a uma outra vontade.

A experiência pareceu suficiente a Jacotot para esclarecê-lo:pode-se ensinar o que se ignora,desde que se emancipe o aluno;isso é, que se force o aluno a usar sua própria inteligência. Mestre é aquele que encerra uma inteligência em um círculo arbitrário do qual não poderá sair se não se tornar útil a si mesma. Para emancipar um ignorante, é preciso e suficiente que sejamos, nós mesmos, emancipados; isso é. conscientes do verdadeiro poder do espírito humano. O ignorante aprenderá sozinho o que o mestre ignora, se o mestre acredita que ele o pode, e o obriga a atualizar sua capacidade