Motivação
intrínseca
Pela natureza da motivação
intrínseca, as atividades que proporcionam tal motivação, tornam-se uma
importante fonte de satisfação e impulso para que o indivíduo continue
investindo seus esforços na realização, assim, não necessitando de outras
pessoas ou outros fatores para a sua motivação.
Será que a atividade escolar proporciona motivação intrínseca? A criança estuda pelo prazer no próprio conteúdo que está estudando ou por algum fator externo?
Boruchovitch e Bzuneck (2004)
define a motivação extrínseca com base no entendimento da motivação intrínseca.
Na motivação extrínseca, o motivo gerador da ação não está na atividade, mas em
algo externo. O esforço para a realização da tarefa não está na tarefa, mas na
recompensa que acontecerá pela realização da mesma. Este tipo de motivação é
muito comum no ambiente escolar. Tenta-se obter a esforço do aluno para
realização das lições por meio de notas.
É provável que os sistemas
educacionais utilizem mecanismos da motivação extrínseca em função da
dificuldade de despertar a satisfação na realização da própria atividade
escolar. No entanto, tem uma fase na vida dos alunos que a motivação estar em
aprender, independente de nota ou avaliação.
Mudanças nas
orientações motivacionais das crianças na escola são evidentes. O avanço na
escolaridade é acompanhado por decréscimo gradativo no nível de motivação,
diminuindo comportamentos de curiosidade, busca de novos desafios,
conhecimentos, persistência, entre outros. Buscando solucionar o problema do
pouco envolvimento dos alunos, os professores frequentemente lançam mão de
recompensas externas com o objetivo de atraí-los para desempenhar as tarefas
solicitadas. (BORUCHOVITCH
E BZUNECK,
2004, p. 48).
Conforme apresentado por
Boruchovitch e Bzuneck (2004), as crianças podem ser intrinsecamente motivadas
nos primeiros anos escolares, mas, ao passar dos anos, a motivação vai
decaindo. Por que será que isso acontece? Não seria possível manter a motivação
pela tarefa?
Observando a entrada e saída
das crianças na fase pré-escolar, percebe-se a alegria dos aprendizes.
Investigando sobre os motivos da alegria dos pequenos, muitos disseram que
gostam de desenhar e de aprender a contar.
Realizando a mesma
observação no comportamento dos alunos da 5ª série (6º ano) do ensino
fundamental, não se observa a mesma alegria. Muitas vezes, quando os alunos
entram ou saem sorrindo, o motivo da alegria não está na aprendizagem, mas no
encontro dos amigos, nas brincadeiras no intervalo, entre outros.
Vários fatores podem ser os
causadores da redução na motivação dos alunos. Entre os fatores apresentados
pelos autores, destaca-se a ausência de novos desafios nas tarefas. Pode-se
acrescentar à lista a falta de conhecimentos prévios para entendimento do
conteúdo e realização das atividades.
Nas primeiras séries tudo é
praticamente novo para os pequenos aprendizes. Por serem novos, os conteúdos
apresentam um grau de desafio para as crianças o que pode ser um fator gerador
da motivação intrínseca. Evidentemente que, na pré-escola, os professores têm o
cuidado para não ensinar conteúdos muito difíceis. Além disso, os professores
não se baseiam em conteúdos escolares anteriores para a aprendizagem dos novos
assuntos. Portanto, não há falta de conhecimentos prévios.
No entanto, na 5ª série os
alunos deveriam ter domínio de determinados conteúdos aprendidos nas séries
passadas e que servem de base para a aprendizagem dos novos assuntos. Os
professores partem do pressuposto que eles dominam esses conteúdos. Mas, quando
os alunos não dominam, as dificuldades aparecem e a motivação diminui ou
desaparece.
Uma evidência da estreita relação
entre a queda da motivação e o avanço nas séries escolares é o resultado do
último IDEB – índice de Desenvolvimento da Educação Básica que, segundo o
MEC/INEP, teve o seguinte resultado em 2007:
Situação do Ensino no Brasil
|
Ensino Fundamental I
|
Ensino Fundamental II
|
Ensino Médio
|
4,2
|
3,8
|
3,5
|
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Os dados Brasil e regiões referem-se às
redes federal, estadual, municipal e privada.
Fonte: MEC/INEP Ano: 2007
|
Portanto, o estudo sobre a
motivação dos estudantes pode ser fundamental para que os professores
desenvolvam mecanismos que influenciem o comportamento dos alunos em relação à
aprendizagem. Os educadores entendendo sobre o que motiva cada aluno, podem
estabelecer condições que contribuam para o envolvimento ativo dos aprendizes
nas tarefas do processo de aprendizagem.